O segredo para conseguir resistir à tentação de comer hambúrgueres ou cachorros quentes pode estar no cheiro deste tipo comida, assim conclui um novo estudo publicado no Journal of Marketing Research, que afirma que sentir o cheiro de fast food durante, pelo menos, dois minutos, pode ajudar a escolher alimentos mais saudáveis, ao contrário do que se pensa.
Para testarem a relação dos cheiros em vários ambientes com as escolhas alimentares, os pesquisadores fizeram várias experiências, utilizando um nebulizador para bombear diferentes aromas em alguns ambientes, que incluíram um laboratório e um bar de uma escola.
O que a equipa observou foi que, quando as pessoas sentiam o cheiro de batatas fritas ou pizza, por exemplo, eram muito menos propensas a escolher ou comprar alimentos pouco saudáveis relativamente às que cheiravam alimentos mais saudáveis, como morangos e maçãs.
No bar de uma escola secundária utilizado por 900 estudantes, a equipa “borrifou” o ambiente com odor a pizza e percebeu que 21% das compras efetuadas nesse dia foram de alimentos como batatas fritas, frango frito e cachorro quente. Contudo, quando o odor sentido foi de maçã, cerca de 40% das compras foram não saudáveis, relativamente aos 36% num dia normal, sem qualquer odor colocado de propósito.
A experiência também foi realizada num laboratório, onde cerca de 250 pessoas foram expostas a odores de bolachas ou morangos durante diferentes períodos de tempo. Depois disso, foi perguntado aos voluntários qual das opções preferiam. Os resultados mostraram que quase 45% do grupo que foi exposto ao cheiro dos biscoitos durante menos de 30 segundos escolheram os morangos; contudo, apenas 22% das pessoas expostas a esse cheiro durante mais de dois minutos optaram pelos biscoitos. O truque, dizem os investigadores, está em conseguir cheirar um alimento durante o tempo necessário para passar o desejo inicial.
Isto porque, de acordo com a equipa, um cheiro que desperte desejo pode, com o tempo, satisfazer o próprio desejo, já que “os aromas relacionados com alimentos não saudáveis satisfazem os circuitos de recompensa do cérebro, o que vai reduzir o desejo pelo consumo real de alimentos não saudáveis”, defendem os investigadores.