O objetivo era perceber se ficar com pele de galinha estava ou não relacionado com a saúde e a personalidade de cada pessoa. E, por isso, uma equipa de investigadores, liderada por Matthew Sachs, da Universidade de Harvard, e por Robin Murphy, da Universidade de Oxford, analisou as respostas fisiológicas de 100 pessoas à música em dois festivais diferentes, um em Leeds e outro em Reading, na Inglaterra.
Para registar as reações dos participantes à música, foi utilizado um dispositivo de monitorização. Também foram feitos vários testes psicotécnicos para perceber o que é que os arrepios podem dizer acerca de uma pessoa.
Os investigadores descobriram que aquelas que sentiram mais arrepios têm mais probabilidade de se relacionar mais fortemente com os outros, de serem mais bem sucedidos a nível profissional ao longo da vida e ter mais saúde, relativamente aos que não reagiram desta forma ao som da música.
Também entre sexos as reações são diferentes: 55% das mulheres ficou com pele de galinha, enquanto que a percentagem de homens que sentiu arrepios foi de 46%. Estes valores podem indicar uma maior propensão das mulheres a responder emocionalmente à música ao vivo.
Relativamente às pessoas ficaram com arrepios durante os concertos, 66% delas referiram estar com bom humor, em comparação com as pessoas que não se arrepiaram. Em relação às que ficaram com pele de galinha pelo menos uma vez durante o festival descreveram-se como sendo mais empáticas nos seus relacionamentos.
Estas pessoas também tinham mais tendência a dizer que estavam de bom humor e que estavam em boa forma física e mental.
“Este estudo é o primeiro a demostrar os diferentes traços de personalidade que caracterizam as pessoas que sentem arrepios”, explica o investigador Robin Murphy, que afirma que a investigação permitiu explorar ao detalhe o fenómeno dos arrepios.
“Estar verdadeiramente ligado ao entretenimento ao vivo e ficar com arrepios tem um grande impacto na nossa sensação de bem-estar e no nosso humor”, defende o investigador.