Não é novidade que fazer exercício físico é bom para o corpo e para a mente. Mas sabe exatamente quanto tempo deve treinar para a sua saúde ficar agradecida? Os cientistas acreditam agora que andar dois minutos, fazer uma pausa, e repetir o exercício até totalizar 15 vezes tem o mesmo efeito no aumento da longevidade que caminhar 10 minutos e repeti-lo três vezes, por exemplo.
Com o objetivo de fazer atualizações nas diretrizes federais dos EUA sobre atividade física, estabelecidas em 2008 pelo American College of Sports Medicine, vários investigadores descobriram que nenhum dos estudos mais recentes relativamente ao tempo de exercício necessário para beneficiar a saúde era completamente fiável – baseavam-se muito em relatos das pessoas e não em dados concretos.
Decidiram, então, fazer uma nova investigação, com dados confiáveis dos hábitos de treino de pessoas comuns, que retiraram do National Health and Nutrition Examination Survey (Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição).
Este novo estudo, publicado recentemente na revista científica Journal of American Heart Association, vem desconstruir algumas ideias das normas anteriores: para conseguir reduzir o risco de doenças ou morte prematura, era recomendado um treino moderado de 30 minutos, cinco vezes por semana, Além disso, o exercício devia ser composto por fases de exercícios de 10 minutos sem paragens – caso contrário, não teria benefício significativo em relação à resistência.
Os pesquisadores descobriram que, de todas as pessoas analisadas, o risco de morte prematura das que conseguiam praticar um exercício diário de pelo menos uma hora diminuía para metade em relação àquelas que faziam menos de 20 minutos de atividade ao longo do dia.
A grande novidade aqui é que a maneira como as pessoas acumulam essa hora de exercício não importa, porque toda a atividade física conta: caminhar por períodos de tempo curtos – inferiores a cinco minutos – pode aumentar a longevidade, do mesmo modo que andar durante mais de cinco minutos, desde que essas caminhadas curtas sejam feitas de forma frequente.
Ao The New York Times, William Kraus, investigador que conduziu o estudo, disse que pequenas atividades do dia-a-dia, como subir as escadas do prédio ou andar de casa até ao carro, podem influenciar a longevidade de cada pessoa e o risco de doenças.
Estes resultados, que, para William Kraus, são muito motivantes e encorajadores, vão ser considerados nas novas diretrizes de atividade física, que devem ser estabelecidas até ao final deste ano.
Para a realização do estudo, foram analisadas quase 5000 mil pessoas, homens e mulheres, com mais de 40 anos, que utilizaram rastreadores de atividade enquanto praticaram exercício físico.