A ideia do “paradoxo da obesidade” não passa disso mesmo. Vários foram os estudos que apontavam para um período de vida mais prolongado para aqueles que, diagnosticados com uma doença cardiovascular, apresentassem peso a mais ou fossem obesos, comparativamente com pessoas de peso normal, na altura do diagnóstico.
O novo estudo da Northwestern University volta, no entanto, à ideia inicial: As pesoas obesas vivem vidas mais curtas e têm uma maior proporção da vida com doenças cardiovasculares, relata.
“O paradoxo da obesidade causou uma confusão enorme e potenciais danos porque sabemos que existem riscos associados com a obesidade”, afirma Sadiya Khan, professora assistente na Escolha de Medicina de Feinberg e cardiologista na Northwestern Medicine.
“Tenho muitos pacientes que perguntam: ‘ Porque é que preciso de perder peso se os estudos indicam que vou viver mais tempo?'”, disse Khan.
“Eu digo-lhes que a perda de peso não reduz só o risco de doenças cardíacas, mas também outras doenças como cancro.”
O estudo demonstra uma longevidade semelhante entre indivíduos com peso normal e com excesso de peso, sendo que os últimos têm maior probabilidade de desenvolver uma doença cardivascular. E apresenta algumas nuances: Quando se têm em conta todo o período de vida, verifica-se que os homens de meia-idade, com peso saudável, tendem a viver mais dois anos que homens obesos e mais seis anos que obesos mórbidos. Por outro lado, as mulheres com peso normal têm expetativa de viver mais 1,4 anos que uma mulher obesa e 3,4 anos quando comparada com peso excessivo.
Estas conclusões são resultado da análise de 10 estudos sobre 190 672 indivíduos, entre 1964 e 2015.
Uma pessoa é considerada obesa quando apresenta um Índice de Massa Corporal (IMC) entre 30 e 39,9. Entre os 25 e 29,9, a pessoa é classificada como tendo excesso de peso.
“Um peso saudável promove uma longevidade saudável, somada ao período de vida, para que mais anos de vida sejam também mais anos saudáveis”, conclui a investigadora.