Uma vez que não é possível viver para sempre, multiplicam-se as tentativas de retardar o máximo possível o envelhecimento. Desta vez, a ideia surgiu da Universidade de Brigham Young (BYU), nos EUA, que descobriu um determinado tipo de exercício físico que desacelera o processo de envelhecimento das células.
No estudo, publicado em maio no jornal científico Preventive Medicine e liderado por Larry Tucker, foram analisados dados de mais de 5 mil adultos que colaboraram no projeto Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA. Entre outros parâmetros, a investigação acompanhou a atividade física diária dos participantes e registou o grau de desempenho que os participantes tiveram em 62 tipos de exercício diferentes, ao longo de 30 dias.
Em comunicado, os investigadores adiantam que o estudo também analisou os “valores de comprimento do telómero” – pequena estrutura de ADN que funciona como capa protetora dos genes – que estão diretamente relacionados com o envelhecimento das células. Com isto, Tucker e a sua equipa analisaram os telómeros dos participantes nos diferentes níveis de atividade física e encontraram algo que os surpreendeu: ao analisar os níveis de atividade segundo categorias (sedentária, baixa, moderada e alta), os investigadores descobriram que, nas três primeiras, os comprimentos dos telómeros eram semelhantes. O que é que isto quer dizer? Isso mesmo, só os participantes que se empenharam em altos níveis de atividade física revelaram telómeros maiores, conquistando uma vantagem sobre o envelhecimento de aproximadamente nove anos.
A esta altura, surgem duas questões: qual é, afinal, o exercício “milagroso” e o que pode definir-se como” níveis altos” de atividade física? Os investigadores definiram como medida uma corrida de 30 minutos de corrida para as mulheres e 40 minutos para os homens, realizada cinco dias por semana. Trata-se, realçam os investigadores, de um nível de atividade que requer compromisso mas não é impossível de atingir.
Os investigadores sublinham ainda que não se trata de uma fórmula para evitar o envelhecimento, mas de criar rotinas que podem controlá-lo parcialmente. “Porque tem 40 anos, não significa que tenha 40 anos biologicamente. Todos conhecemos pessoas que parecem mais jovens do que a idade que têm. Quanto mais ativos fisicamente formos, menos envelhecimento biológico ocorre nos nossos corpos”, acrescenta Tucker.