Um dos estudos já apresentados na conferência anual da American Society of Clinical Oncology (ASCO), a decorrer até terça-feira em Chicago, EUA, avaliou cerca de mil doentes com cancro do cólon e descobriu que os que faziam exercício regularmente, comiam mais fruta e vegetais e menos grãos refinados e carnes processadas viam a sua probabilidde de morrer cair 42% após sete anos.
Outra investigação, esta com 300 mulheres australianas que tinham sobrevivido a um cancro da mama, concluiu que as que faziam 180 minutos de exercício por semana – a maioria apenas caminhava – tinham probabilidades de sobrevivência muito mais altas do que as que não tinham nenhum plano de exercício físico.
“A maior parte do que sabemos sobre a importância do exerício pós-cancro vem do estudo de mulheres com cancro da mama”, explica Sandra Hayes, epidemiologista dedicada ao tema na Universidade de Tecnologia de Queensland, Austrália, que resume: “Fazer alguma atividade ou exercício é melhor que não fazer nada e fazer mais é geralmente melhor do que fazer menos.”
Durante a apresentação destes estudos, os investigadores admitiram que falta compreender a relação de causa-efeito entre o exercício físico e as maiores probabilidades de sobrevivência a um cancro, mas, olhando para os números, não hesitam em ligar um estilo de vida saudável a um desfecho mais feliz para uma doença oncológica.
Num dos estudos, investigadores da Universidade da Califórnia propuseram-se testar o impacto das diretrizes da Sociedade Oncológica Americana sobre nutrição e exercício na sobrevivência de doentes com cancro do cólon: 150 minutos de exercício moderado por semana, uma alimentação rica em grãos integrais, frutas e vegetais e um peso saudável. Os resultados mostraram uma correlação forte e “surpreendente” entre estas diretrizes e a sobrevivência à doença, nas palavras de Erin Van Blarigan, responsável pelo estudo, que sublinha que uma “caminhada rápida é um exercício maravilhoso para toda a gente”.