Avós que são avós, recebem os netos com a mesa recheada e não deixam que se vão embora sem umas caixinhas de comida e uns bolinhos, bolachas e doces extra. A ponto de um novo estudo concluir que as crianças que vivem perto dos avós são mais propensas a engordar. Para a pesquisa, os investigadores da Universidade de Birmingham, em Inglaterra, recolheram dados de pais, avós e professores de crianças da região de Guangzhou, no sul da China.
Na China, uma criança “gordinha” é considerada um símbolo de saúde, prosperidade e sucesso e, em meios rurais, os avós são muitas vezes encarregados de cuidar das crianças. Estes fatores explicam que cerca de 15% (mais de 30 milhões) de crianças e adolescentes chineses sofram de obesidade.
Com cada vez mais famílias chinesas a deixar os meios rurais para viver em cidades, por razões económicas, os investigadores propuseram-se analisar os efeitos nas crianças que passam por essa mudança.
“A obesidade infantil é uma crise global de saúde pública – particularmente na China – mas a saúde das crianças que migram com os pais para as grandes cidades chinesas raramente foi explorada”, diz Bai Li, da Universidade de Birmingham.
Apesar de o estudo observar que os casos de obesidade diminuiram com a migração para meios urbanos, as crianças que passam por essa mudança continuam a correr o risco de desenvolver problemas de obesidade por ficarem muitas horas sem a supervisão dos pais e consumirem alimentos poucos saudáveis.