Crianças gordas? A culpa pode ser dos avós
20.05.2017 às 20h53
As crianças que vivem em meios urbanos têm menos problemas de obesidade que as que vivem em meios rurais. Segundo um novo estudo, a razão pode ser o estarem longe dos avós
Avós que são avós, recebem os netos com a mesa recheada e não deixam que se vão embora sem umas caixinhas de comida e uns bolinhos, bolachas e doces extra. A ponto de um novo estudo concluir que as crianças que vivem perto dos avós são mais propensas a engordar. Para a pesquisa, os investigadores da Universidade de Birmingham, em Inglaterra, recolheram dados de pais, avós e professores de crianças da região de Guangzhou, no sul da China.
Na China, uma criança "gordinha" é considerada um símbolo de saúde, prosperidade e sucesso e, em meios rurais, os avós são muitas vezes encarregados de cuidar das crianças. Estes fatores explicam que cerca de 15% (mais de 30 milhões) de crianças e adolescentes chineses sofram de obesidade.
Com cada vez mais famílias chinesas a deixar os meios rurais para viver em cidades, por razões económicas, os investigadores propuseram-se analisar os efeitos nas crianças que passam por essa mudança.
"A obesidade infantil é uma crise global de saúde pública - particularmente na China – mas a saúde das crianças que migram com os pais para as grandes cidades chinesas raramente foi explorada", diz Bai Li, da Universidade de Birmingham.
Apesar de o estudo observar que os casos de obesidade diminuiram com a migração para meios urbanos, as crianças que passam por essa mudança continuam a correr o risco de desenvolver problemas de obesidade por ficarem muitas horas sem a supervisão dos pais e consumirem alimentos poucos saudáveis.