Com recurso a três telescópios, dois no Havai e um no Chile, o grupo de astrónomos levou a cabo o estudo mais exaustivo até agora sobre a formação de estrelas. E concluíram que a taxa de formação de novas estrelas caiu a tal ponto que, concluem, apenas deverão estar por nascer cerca de 5% das que existem atualmente.
O astrónomo português David Sobral, da Universidade de Leiden, principal autor do estudo, explicou à revista Time que a sua equipa procurou um indicador – as partículas alfa emitidas pelos átomos de hidrogénio quando uma estrela se forma – na sua “caça” de dados de galáxias distantes e mais pequenas.
Ao longo de cinco anos, os astrónomos compilaram imagens de estrelas de diferentes etapas da vida do universo – de há dois, quatro, seis e nove mil milhões de anos, para chegar à conclusão de que “toda a ação no universo ocorreu há mil milhões de anos”, com metade de todas as estrelas que alguma vez existiram nascidas há mais de 9 mil milhões de anos.
E para os que possam pensar com alguma deceção na perspetiva de um futuro com menos estrelas, David Sobral tem uma palavra de conforto: “Isto pode ser interpretado como deprimente, mas, se pensarmos, uma das razões que nos permite estar aqui é precisamente a taxa de formação de novas estrelas ser tão baixa. Se se mantivesse o ritmo de produção de estrelas, não haveria praticamente hipótese de um planeta como o nosso sobreviver”.