Certo dia os irmãos Júnior e Joana decidiram viajar até Paris para participarem num campeonato de palavras cruzadas.
Muito entusiasmados, chegaram ao aeroporto acompanhados pelo seu inseparável amigo Gão, um cão com muita pinta!
Dirigiram-se ao balcão para fazer o checkin do Gão depois tratariam da papelada deles.
Dentro da caixa de viagem o Gão estava muito irrequieto.
-Gão, tens bichos carpinteiros? Está sossegado.
O cão não escutou os amigos, ele tinha à sua frente uma linda cadela de pelo acastanhado, focinho pontiagudo e ao pescoço uma linda medalha. Gão estava cada vez mais curioso.
Ficou muito aborrecido quando o levaram para o compartimento do avião indicado aos animais, mas, qual não foi o seu espanto, viu ao seu lado esquerdo a tal cadela. Começou a bater com as patas contra a portinha da caixa até que a partiu, depois, com o focinho, conseguiu abrir a caixa onde estava a cadela.
Os dois cães saíram imediatamente dali e correram na direção de uma porta que se abria e fechava constantemente e saltaram. Ficaram um pouco confusos e decidiram encaminhar-se para a porta do aeroporto à procura da Joana e do Júnior.
Bem tentaram encontrar os amigos do Gão! Viram pessoas e mais pessoas e nada de encontrar quem queriam. Nisto ouviram uma voz num altifalante:
– Os passageiros com destino a Paris é favor dirigirem-se à porta de embarque nº 2.
Neste os dois cães foram intercetados por um segurança do aeroporto que os meteu numa rede e levou-os para um gabinete com o fim de serem identificados, o que foi fácil graças aos chipes que ambos possuíam.
Através de rápidas comunicações Júnior e Joana, assim como a dona da cadela foram avisados que tinham que recolher os seus amigos quatro patas no gabinete dos animais extraviados. Arranjou-se uma grande confusão! Joana e Júnior tiveram que adiar a partida. Os cães não se queriam separar. A dona da cadela desmaiou com o susto!
O Gão começou a arrepender-se do que tinha feito mas já era demasiado tarde. Tinha-se apaixonado e pelos vistos era correspondido. A cadela de focinho pontiaguado tremia que nem varas verdes e aconchegava-se junto do Gão.
– Perdemos a viagem e o campeonato! Não posso acreditar – choramingava a Joana. Tudo por causa de um ataque de amor canino!
D. Josefina, a dona da cadela prometeu que todos os fins de semana levaria a sua Filoca a passear junto do Gão.
O que o amor é capaz de fazer!
Trabalho dos alunos do 3.ºano da EB1 de Campo Maior, com a professora Lurdes Ribeiro