Júnior e Joana estavam de férias em casa dos tios, junto à praia.
Era uma praia grande, quase deserta, com a água limpa, cristalina, e fria com ondas que vinham desfazer-se devagarinho, na areia dourada e fina.
Joana, Júnior, e o cão de ambos, Gão, passavam os dias com os primos, Duarte e Inês, a brincar na areia quente e fina, a passear nas rochas e a tomar deliciosos banhos no mar.
Um dia, repararam que o cão estava muito quieto e sonolento. Preocupados, pediram ajuda aos tios que lhes disseram para não se preocuparem porque apenas devia estar cansado de tantas diabruras e correrias e que à tarde já estaria desperto e bem-disposto.
Os petizes seguiram o conselho dos tios e lá foram para as suas brincadeiras.
Ao fim da tarde, encontraram o Gão muito triste, a olhar para o céu e assim que a lua surgiu, levantou as orelhas e começou a ladrar com uma expressão muito feliz.
Quando a lua se refletiu no mar, Gão foi a correr para a beira das ondas como se quisesse segui-la.
Passaram alguns dias e a situação não se alterou. Então, Joana e Júnior lembraram-se de entrar num barco e seguir o rasto da lua. “Talvez assim o Gão fique feliz e volte a brincar connosco.” Então, sem dizer nada ninguém, entraram no barco e seguiram a esteira de luz.
Remaram durante algum tempo mas quanto mais tentavam aproximar-se da lua, mais ela se afastava. Gão, à proa do barco, olhava feliz para ela e ambos pareciam conversar.
Cansados, os meninos adormeceram por uns instantes e os remos caíram ao mar.
Quando despertaram, descobriram que estavam sem remos, à deriva em alto mar e ficaram muito preocupados. Tentaram remar com as mãos mas não conseguiam sair do lugar. Aflitos, começaram a chorar e foi então que Gão percebeu que alguma coisa má tinha acontecido.
Sentindo ter sido por ele aquela viagem, tentava animá-los e ajudá-los mas não conseguia. Desesperado, uivou longamente à lua pedindo ajuda. Esta, solidária com os seus amigos, desceu até ao mar e, carinhosamente, empurrou o barco até à orla das ondas.
E assim chegaram a casa sem ninguém dar pela sua ausência.
Trabalho realizado pelos alunos do 5.º A da Escola Básica de Santa Clara – Guarda com a professora Maria de Fátima Antunes