Andar de bicicleta, na cidade ou no campo, está na moda. A VISÃO Júnior conversou com Ana Pereira, 32 anos, instrutora de condução de bicicletas na Cenas a Pedal (www.cenasapedal.com) – uma empresa dedicada a esta nova tendência.
Como escolher uma bicicleta
A decisão pode depender das respostas às seguintes questões:
1. Onde vais andar?
Um dos fatores mais importantes a ter em conta é o tipo de piso (asfalto, empedrado, calçada, terra batida…). Do piso depende, por exemplo, a escolha de uma bicicleta com suspensão, se o terreno for muito acidentado. Outra questão a ter em conta é a de saber se o teu percurso será plano ou incluirá algumas subidas. Neste último caso, convém que tenhas à tua disposição uma boa série de mudanças.
3. Onde vais guardar a bicicleta?
Vives numa vivenda ou num apartamento? Tens garagem? Vais precisar de levar a bicicleta no elevador ou subir vários lanços de escada com ela? Um exemplo: se tiveres elevador, pensa na hipótese de comprar uma bicicleta dobrável; se precisares de subir escadas, opta por uma mais leve. Se a deixares na entrada do prédio tens de investir num bom cadeado… Seja como for, levá-la para dentro de casa ou tirá-la de lá tem de ser fácil, senão o mais certo é desistires de andar várias vezes de bicicleta.
4. Vais usar transportes públicos?
Se queres alternar a bicicleta com o comboio, o metro ou o autocarro, talvez o melhor seja comprar uma dobrável. Não existem restrições à entrada de bicicletas dobráveis nos transportes públicos. Já as outras, só podem entrar dentro de determinados horários (que variam de empresa para empresa, pelo que se aconselha uma consulta dos sites das transportadoras).
5. Qual é o uso que lhe queres dar?
Se precisares de uma bicicleta para andar numa ciclovia, uma ou duas vezes por semana, podes optar por uma mais básica. Mas se lhe queres dar mais uso, seja para prática de desporto seja como meio de transporte, convém pensares em questões como o conforto, a segurança ou a ergonomia.
6. Qual é o teu orçamento?
Com 150 euros podes comprar uma bicicleta de nível mais básico. Mas, atenção: quanto mais barata, mais pesada e desconfortável.
Tipo de uso
Pedalar todos os dias
Se quer ir para o trabalho de bicicleta, pense se terá necessidade de recorrer aos transportes públicos. Quer pela distância quer devido a eventuais obstáculos que tenha de ultrapassar (rio, autoestrada, linha ferroviária, etc.), pode dar jeito misturar as duas formas de locomoção. Assim sendo, uma dobrável é o ideal. Para uso diário, também ganha importância o fator arrumação, em casa ou no trabalho. Para um uso intenso, convém garantir o conforto: dos punhos (se fazem ou não suar as mãos) ao selim (mais largo, se pedalar numa posição vertical, ou mais estreito, ideal para uma condução desportiva), passando pelas mudanças (oito mudanças já é um bom número).
Fazer longos percursos
No cicloturismo, a ergonomia e o conforto da bicicleta são (quase) tudo. Em estrada, as bicicletas sem suspensão são mais populares, uma vez que se tornam mais leves. No entanto, deve dispor de um bom leque de mudanças, para adaptar o veículo aos vários pisos que encontrar. Para quem vai percorrer muitos quilómetros de seguida, convém dar atenção ao selim e à afinação do guiador.
Passear na ciclovia
Para dar umas voltinhas, duas ou três vezes por semana, no piso confortável de uma ciclovia, não vale a pena comprar um “Porsche” de duas rodas. Uma das básicas, com preços que começam nos €150, serve perfeitamente. Mas lembre-se: comprar uma bicicleta é como comprar um par de sapatos – tem de lhe “servir”. Atenção aos tamanhos e ao peso.
… e tipos de bicicleta
Dobráveis
A melhor opção para quem mistura vários meios de locomoção, usando também os transportes públicos. Tem vantagens de segurança (podes levá-la sempre consigo, evitando gastar dinheiro extra num cadeado), de manuseamento (se precisar de utilizares um elevador, por exemplo) e de arrumação, dentro de casa ou em qualquer outro lugar.
Desportivas
Queres aventurar-te na modalidade BTT? Algumas dicas: escolhe uma bicicleta com uma boa suspensão (se o terreno for mesmo muito acidentado, opta por uma com suspensão traseira também); convém ter pneus largos, para aderir melhor ao piso; para-lamas ou mesmo luzes. As bicicletas para o BTT são muito mais “nuas”, não necessitam de tantos acessórios como as outras.
Infantis
Não é fácil comprar bicicletas para crianças. Com o crescimento, elas deixam rapidamente de “servir” e os pais raramente estão dispostos a substitui-las. No entanto, as mais baratas são mais pesadas e menos ergonómicas – os miúdos sofrem e acabam por desistir da “brincadeira”. A leveza de uma bicicleta é muito importante para uma criança. Ela tem, além disso, de chegar facilmente às manetes dos travões e ter força para as apertar, pelo que convém que estas não sejam muito duras. Existem, também, bicicletas de aprendizagem sem rodinhas que, segundo Ana Pereira, são mais eficazes do que as tradicionais com rodinhas.
Algumas marcas
mais populares
B’Twin
www.btwin.com
Dahon
www.portugal.dahon.com
BH
www.bhbikes.com
Quipplan
www.quipplan.com
Birdy
www.birdybike.com
Brompton
www.bromptonportugal.com
Kalkhoff
www.kalkhoff-bikes.com
Puky (crianças)
www.puky.net