Subir de posição nem sempre é uma boa notícia. No caso da Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas galgar a escala é um sinal de perigo. Na última revisão do documento, da responsabilidade da União Internacional de Conservação da Natureza (UICN), a rola-brava, uma espécie migratória, que vive em Portugal na primavera e no verão, saltou duas posições na classificação, ganhando o estatuto de “vulnerável”. Um tipo de pato, o zarro, também fez o mesmo caminho até ao topo.
Luís Costa, presidente da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, alerta para a diminuição da população de rola-brava em 40% na última década. Prevê-se mesmo que venha a desaparecer do território britânico, ao longo dos próximos dez anos, avança o dirigente.
A principal ameaça é a caça, legal em todo o seu habitat – Europa, Norte de África e uma parte da Ásia. Por isso, a próxima batalha agora é conseguir interditar a caça a esta ave. “Pelo menos uma moratória, que impeça o abate até a espécie recuperar”, reclama. A situação é semelhante no caso do zarro.
Só uma estratégia concertada poderá resolver o problema, já que a norma, até agora, tem sido cada país declinar as responsabilidades na proteção destes animais e dos seus habitats.
Estas espécies juntam-se assim a outras aves ameaçadas, como o abutre-negro, a águia-imperial ou a pardela-balear.
Na lista da UICN, plantas e animais são classificados de acordo com o seu estado de conservação, que vai do “pouco preocupante” ao “extinto”.
Para a rola-brava e o zarro faltam três lugares para chegar ao primeiro lugar da desonrosa tabela.