Quando foi adotado por uma família americana, Pedro já só tinha uma pata traseira. Certo dia decidiu fugir de casa e ficou desaparecido durante meses. E quando já tudo parecia perdido, regressou – desta vez, só com as duas patas da frente. Os seus donos levaram-no imediatamente ao veterinário da Universidade Estatal do Louisiana (LSU), nos EUA. Tirando o óbvio, Pedro estava de excelente saúde. «Não havia nada de errado com ele», contou Ginger Guttner, diretora de comunicação da Escola de Medicina Veterinária da LSU, à CNN. “Mas claro, não tinha patas traseiras, e os nossos médicos tiveram de pensar no que podiam fazer”.
A resposta não estava na clínica, mas sim num sítio inesperado: na loja de brinquedos. Um estagiário do hospital lembrou-se de comprar um carro de Lego e, através de um eixo com rodas, partes de uma seringa, cola não tóxica e muita criatividade, os veterinários construíram uma “cadeira de rodas” para a tartaruga.
A diretora de comunicação da Escola de Medicina Veterinária afirma que este tipo de engenho é comum no ramo da veterinária. «A medicina veterinária requer muitas vezes esta qualidade de MacGyver», refere, fazendo referência ao personagem da série televisiva. «Eu diria que a maior parte do equipamento que usamos foi adaptado ou readaptado para cada caso específico. Os nossos pacientes podem ter 2 gramas ou 1000 quilos, o que faz com que tenhamos de olhar para as coisas numa perspetiva diferente», acrescenta.
Pedro encontra-se agora de boa saúde, livre de perigo, e mais rápido que qualquer tartaruga que o queira desafiar para uma corrida.