Politicamente Correto
De que falam estas pessoas?
Vivo no País em que se usam, de forma constante e pública, palavras depreciativas relacionadas com a orientação sexual, a cor ou a origem étnica
Um mau começo
Há militantes do PSD nas televisões a berrar que, já que não se faz uma aliança com o Chega, se deve seguir a sua agenda. Mas se os atuais dirigentes não percebem que isto é o fim do partido é porque o partido já morreu
Não nos podemos tornar reféns do caos
Pelo medo de que o Chega se vitimize e ganhe mais votos, tanto ouvimos que não se pode ter medidas disciplinares no Parlamento como lemos que não se pode impedir os seus apoiantes de fazer discursos racistas, xenófobos e antidemocráticos nas televisões
É preciso muita coragem para pertencer ao Governo
Agora estamos noutro patamar. O MP dá-se ao luxo de não concordar com decisões de outros órgãos de soberania e lança processos sobre quem as toma dentro da lei
O PSD deve proteger o PS e o PS o PSD
Se não olharmos para o lado e se não aprendermos com os erros dos outros, mais vale entregar o País a um aprendiz de ditador qualquer. O maior dever do PS e do PSD é proteger o sistema
O que fazer?
Sejamos francos: há muito que o discurso antidemocrático existe entre nós. Bastava ler as redes sociais ou frequentar cafés ou ler caixas de comentários. O sentimento estava lá
Dois dos possíveis primeiros-ministros
Se Montenegro perder deve-o em boa parte a Passos Coelho, se Pedro Nuno Santos vencer deve agradecer em larga medida a António Costa e à sua governação
Governabilidade, uma conversa da treta
Andamos todos a rodear o assunto, mas, sendo preciso, a questão não é exatamente a governabilidade. É como se vai garantir que há um governo até às próximas eleições, que irão realizar-se lá para dezembro deste ano
Montenegro subscreve o que Passos Coelho disse sobre imigrantes e segurança?
O ex-líder do PSD foi apenas amplificar o discurso securitário e anti-imigração que os movimentos populistas fazem por esse mundo fora. Replicou palavra por palavra o que André Ventura e o resto da maralha antidemocrática anda a gritar e logo num palanque de um partido que é pilar da democracia portuguesa
Até quando?
E, sim, quem vota no Chega tolera o racismo, a xenofobia, apoia todos os atentados a princípios básicos da decência e acredita nas mais estapafúrdias mentiras. Não serei eu a contribuir para a infantilização da gente que vai votar no Chega nem deixarei de os responsabilizar por tudo o que possa acontecer à nossa democracia
Um péssimo serviço do PS à democracia
A polarização como tentativa de equilíbrio do sistema é mais do que um erro de análise. A polarização em política nunca equilibrou nada, apenas criou fossos e incapacidades de diálogo
Polícias, sindicatos e democracia
Tenho dúvidas sobre a justeza das reivindicações dos polícias, mas se alguma tinham já a perderam completamente
Sei o que fizeram nos verões passados
A Justiça tem de ser discreta e eficaz, a espetacularidade e o fogo de artifício encaixam melhor noutras atividades
Queremos ser reféns da mentira?
Mais do que qualquer força política, é o PSD que tem de denunciar as mentiras das forças antidemocráticas – não só porque são falsas, mas porque disso depende a sua sobrevivência
Chega, vitória ou morte
O Chega tem dois caminhos possíveis: ou consegue implodir o sistema e torna-se um partido hegemónico ou tenta jogar o jogo democrático e suicida-se
Tiques estalinistas e uma AD poucochinha
Esta AD é um erro crasso e não faz qualquer sentido. É má para o PSD e reduz as hipóteses de Montenegro ser primeiro-ministro
Lídia Jorge, a imigração e a segurança
Não há dados tão irrefutáveis, não há verdade mais chapada do que o bem que os imigrantes fazem à sociedade portuguesa
25/4 e 5/11
Vivemos sob a metralha de quem acha que vive de dizer que está tudo mal e reproduzimos quase cegamente perceções tantas vezes erradas
Obrigado, amigo leitor
A imagem de que temos as nossas instituições num processo acelerado de degradação e de que o País está pior do que nunca, ou próximo disso – que é o que escolho para imagem do ano -, está intimamente ligada à fragilidade do jornalismo e dos órgãos de comunicação social que ainda o praticam
O caso das gémeas, como olhamos para o País e o SNS
Não quer dizer que as bolhas de privilégio tenham acabado ou sequer que estejam em risco de extinção, muito longe disso. Simplesmente, a via verde não funciona tão desbragadamente como funcionava
Não incomodemos a campanha eleitoral com coisas menores
O justicialismo e os seus aliados venais – os tabloides e os industriais do “anda tudo a roubar” – estão a pôr em causa a separação e o equilíbrio entre poderes e a própria democracia