1. Uma mulher mais rápida do que os homens Nunca se tinha visto nada igual no mundo do desporto. Quando se compararam as provas dos vencedores masculinos e femininos nas finais dos 400 metros estilos, disputados no sábado à noite, em Londres, descobriu-se que a chinesa Ye Shiwen foi mais rápida do que Ryan Lochte nos últimos 50 metros, em estilo livre. Ela percorreu a piscina em 28,93 segundos e ele em 29,10 segundos. E atenção que ambos estavam a dar tudo por tudo para ganhar. Ela acabou por bater o recorde do mundo (por um segundo!) e ele esteve perto, a certa altura da prova, de também ultrapassar a marca que ainda pertence a Michael Phelps. E para que tudo se torne ainda mais extraordinário, resta acrescentar que Ye Shiwen tem apenas 16 anos. E uma larga progressão ainda pela frente. Os homens que se cuidem…
2. A consistência de Fraga e Mendes Partir bem e aguentar até ao fim. Foi esse o lema da dupla portuguesa de remo que conseguiu o apuramento para as meias finais em RM2x. Dominaram a prova nos primeiros 1500 metros, chegando a ter 1,5 segundos de avanço, e depois, perante o ataque da dupla italiana nos últimos 500 metros aguentaram ao máximo para garantirem o apuramento automático. Para já, Pedro Fraga e Nuno Mendes estão entre os 16 melhores e a um passo de, pelo menos, repetirem o oitavo lugar de Pequim 2008. Mas querem mais, querem a final A e, no mínimo, por isso, o 6.º lugar. Mas quando se chega a uma final…
3. Não há vencedores antecipados, parte II A Espanha campeã da Europa e do Mundo em seniores e campeã europeia em sub-21 conseguiu a proeza de ser afastada logo ao segundo jogo do torneio de futebol, com duas derrotas perante o Japão e as Honduras. Será o fim do tiki-taka? (até faz lembrar uma seleção, onde jogavam Cristiano Ronaldo, Bruno Alves, Carlos Martins e Raul Meireles, que também foi eliminada do torneio olímpico, em Atenas 2004, embora depois de levar 4-2 da Costa Rica e do Iraque…).
4. Cuidado com os exageros! Após derrotar Michael Phelps, no primeiro dia de competição, Ryan Lochte foi considerado logo por muitos como o novo rei das piscinas. “A Superstar is Born”, titulou mesmo o londrino The Sunday Times, a toda a largura da primeira página. Pois é…. à noite, na estafeta de 4×100 metros livres, o “novo rei” foi completamente cilindrado, no última série, pelo francês Yannick Agnel, que mergulhou na piscina 55 centésimos atrás, mas conseguiu recuperar e bater Ryan Lochte com um impressionante final nos últimos 30 metros. Ah, a maior vantagem americana na prova, foi na segunda série, quando nadava um “tal” de Michael Phelps… Consumou-se, assim, a vingança francesa que, há quatro anos, em Pequim, tinha perdido a medalha de ouro, à tangente, para os americanos.
5. A magia da natação Assistir às provas de natação, na piscina olímpica de Londres, na mesma bancada em que se sentam os atletas é um privilégio que nos faz perceber, com arrepios na pele, a emoção das corridas na água. Em todas as provas, aquele grupo de homens e mulheres, invariavelmente vestidos de fatos de treino, têm sempre a mesma reação: à entrada para a última piscina, todos eles são incapazes de ficar sentados. Como uma mola, levantam-se e começam a gritar (ainda mais alto!), apoiando os seus companheiros de seleção e vibrando com a incerteza do resultado final. E é no meio desses entusiasmo que têm sido presenteados com tantos recordes. No domingo foram mais dois do mundo: o da norte-americana Dana Vollmer nos 100 metros mariposa e o do sul-africano Cameron Van Der Burgh nos 100 metros bruços. O desporto, assim, é mesmo uma fábrica de emoções extraordinárias!
6. Libertem a chama! O símbolo principal dos Jogos Olímpicos continua a arder no meio do estádio, sem que qualquer espetador o veja. Essa ausência da chama – facto inédito nos últimos Jogos – começa já a irritar uma parte do público, aquela que já percebeu que só pode ver a tocha olímpica se tiver bilhetes para o atletismo, a única modalidade que se disputa no Estádio. O sítio onde o comité organizador “prendeu” a chama.