Que importância dá ao que os outros lhe dizem todos os dias? Que influência esses comentários têm na sua autoestima, autoconfiança, segurança e amor próprio?
O que faz com os elogios e críticas que ouve?
Absorve-os, como uma “esponja” ou questiona-os?
São os olhos dos outros que definem quem é e como se sente, ou é a sua mente?
Sabia que esta pequena grande diferença pode significar sentir-se bem ou sentir-se menos bem, senão mal de todo?
O poder que dá aos outros de decidirem quem deve ser, como se deve sentir, o que deve pensar, e como deve decidir a sua vida, pode parecer um caminho mais curto para a felicidade e tirar-lhe um peso de cima dos ombros, mas na maioria dos casos, o terreno é tão acidentado que todos os que por lá passam acabam por se perder.
Muitas pessoas passam uma vida inteira a ver a vida através dos olhos dos outros. O que os outros dizem é mais importante, o que os outros fazem é melhor, o que os outros pensam está sempre certo, o que os outros sentem é prioritário, o que os outros precisam é urgente, o que os outros decidem é uma ordem.
O que elas pensam, o que querem dizer, o que sentem, o que necessitam, o que a sua razão, e às vezes, o seu coração, lhes dizem para fazer… tudo isto e, talvez, ainda muito mais, é fechado dentro de uma caixa e colocado no “sótão” da sua mente, lá bem no fundo, onde não existe nem uma fresta de luz, para ao passarem não conseguirem sequer perceber que ali está.
E quem são estes outros? Tantos…
O namorado, a namorada, os companheiros, familiares, amigos, o chefe, os colegas, os conhecidos, os desconhecidos…
O que faz com tudo o que ouve diariamente? E, com o que o não ouve e gostaria de ouvir?
O que faz com as críticas não construtivas, com as chamadas de atenção sem sentido, com os defeitos que lhe apontam por apontar, com os erros que não cometeu, com a culpa que não tem, com as insinuações que o fazem sentir incapaz e com vergonha?
E com os elogios ou a falta deles, de valorização e de reconhecimento?
Cala-se? Aceita os primeiros como verdade absoluta?
E quanto aos segundos? Alguma vez questionou os elogios vindos de uma pessoa que não o conhece de parte alguma e que, de repente, lhe deita em cima uma montanha de elogios?
E a falta deles? Como o faz sentir? Todos precisamos de ser elogiados, que reconheçam o nosso mérito e nos valorizem, mas em que medida aceita não os ter ou depende de tudo isso?
Em que medida a sua autoestima balança de um lado para o outro, em razão de tudo isso, ou seja, na medida do “feedback” que o mundo lhe dá?
Em que medida o valor que dá a si mesmo desce, sobe, desce e volta a subir em razão dessa mesma realidade?
Mas não só! Em que medida as comparações que faz entre si e os outros, entre a sua imagem e a imagem dos outros, entre o que tem e o que os outros têm, entre as vidas que a televisão, os filmes e os outdoors mostram e a sua vida, determinam o seu estado emocional e psicológico?
Que importância dá aquilo que não tem e que os outros parecem ter? Esta é uma das razões porque a insatisfação crónica parece estar a tornar-se epidémica.
Todas estas perguntas tem por propósito ajudá-lo a tomar consciência, no meio do stress e correria que é a sua e a vida de todos nós, de que apesar de poder sentir que deixou de ter controlo e poder sobre a sua vida, e especialmente sobre a forma como se sente, é sempre possível, em qualquer momento, reavê-los, questionando a veracidade de tudo o que acontece à sua volta, sendo você a decidir o que pensa, que importância e significado dá às afirmações e comentários dos outros e como vai reagir e sentir-se face às toneladas de “detritos emocionais” que os outros tentam colar em si diariamente.
A decisão é simples: ou deixa-os colar ou não. Eles até podem pensar que colaram, mas o mais importante é o que você pensa, não o que eles pensam. O mais importante é o que você sente, não o que eles sentem. O mais importante é o que você vê quando olha para dentro de si, não o que eles inventam que você é, representa ou vale.
É você, não os outros, quem decide quem é.
É você, não os outros, quem decide o seu valor.
É você, não os outros, quem dá importância e significado ao que lhe dizem e escolhe como reagir.
É você, não os outros, quem define o que quer para si, o que é melhor para si e o que lhe faz bem.
É você, não os outros, quem decide pegar na responsabilidade pela sua vida, retirá-la das mãos dos outros, colocá-la nas suas mãos e começar a viver… hoje!
Sem dependências patológicas, sem validar-se exclusivamente “lá fora”, mas procurando dentro de si o seu imenso valor enquanto ser humano único com características, recursos, capacidades, talentos, dons, diferentes de todos os outros e com uma riqueza de sentimentos e afetos impar, a partilhar com quem demonstre merecê-lo.
Os que não o merecem, esqueça, foque a sua energia no que o faz sentir tornar-se a cada dia uma pessoa ainda melhor!
Não perca o seu precioso tempo de Vida!
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