Jogados os dois primeiros jogos dos “6 Nações B de 2016”, os testes a valer começarão, no dia 27 de Fevereiro, contra a Alemanha, dia 12 de Março, contra Espanha e, finalmente, dia 19 de Março, contra a Rússia.
Apesar das duas derrotas iniciais, os indicadores para os 3 jogos decisivos são bons. Contra a Roménia, a jogar fora, Portugal dobrou o intervalo a vencer o jogo, tendo claudicado na segunda parte, onde faltaram pernas, experiência e algum discernimento do Lobos. Mas a atitude dos jogadores foi bastante positiva, destacando-se a surpresa que causou o domínio que, a espaços, os lusitanos foram conseguindo nas formações ordenadas (scrum/mellee).
Contra a Geórgia (seleção que está alguns furos acima das restantes seleções que disputam este torneio), sendo verdade que a vitória da equipa de leste nunca esteve em causa, a atitude dos nossos jogadores voltou a demonstrar-se muito positiva. E foi agradável notar a boa inclusão dos jogadores que jogam no estrangeiro. Nota-se que estão de corpo e alma na seleção. Appleton foi uma excelente aposta a 10. Traz consistência, iniciativa e qualidade àquele posto. Maxime Vaz trás peso e poder à terceira linha. Tadjer deu tudo o que tinha nos minutos que teve em campo… Bettencourt esteve sólido mas, embora o estado do tempo não fosse o ideal, de um jogador da sua elevada qualidade, esperar-se-á um pouco mais nos próximos jogos.
Das novidades de Portugal, destaque para o assertivo jogo de Luís Portela e para o Bravo Miguel Macedo. Gonçalo Uva parece rejuvenescido e enormemente entusiasmado no regresso à seleção. Faltará, porventura, ter a capacidade de recrutar jogadores experientes como Bardy, Spachuck ou Francisco Fernandes. Motivados e empenhados, estes jogadores seriam, com toda a certeza, uma enorme mais valia…
Por outro lado, o público, apesar da chuva, também esteve em peso e notam-se as “pazes” com a seleção.
Mas, como disse no início, os jogos decisivos vão começar dia 27. Jogos em que a vitória é absolutamente possível. Para isso os jogadores terão de perceber que, apesar de bom, há muito a melhorar. Nomeadamente no que respeita a detalhes. Defensivos e ofensivos.
Há que começar a interiorizar que serão jogos de enorme pressão, esforço e sacrifício. Mental e físico. Teremos que estar preparados para sofrer. Sofrer a pressão do adversário; sofrer com erros que acontecerão ao longo dos jogos; sofrer com outras circunstâncias aleatórias e que ocorrem, naturalmente, durante um jogo de rugby.
De todas as características de um jogador, seria esta capacidade de sofrer e não ceder que, se fosse selecionador, levaria como factor decisivo para as próximas convocatórias. Porque é necessário invertermos os resultados que, nos últimos tempos, têm sido alcançados pela seleção.
As condições parecem estar reunidas… Importa, agora, que os jogadores saibam ser exigentes com eles próprios, não se limitando a exigir atitude mas, também, a conseguir resultados positivos. Individuais (basta, para isto, que cada um identifique os erros e omissões feitas até aqui e estabeleça objetivos sérios para os eliminar nos próximos jogos) e coletivos (mais confiantes no jogo circulante, no espaço e a fugir do contacto fácil).
Como seria fantástico terminarmos a época internacional com uma vitória frente à Rússia, depois de termos batido Alemanha e Espanha. Não será fácil… mas é perfeitamente possível. Para que um novo ciclo se abra novamente!
Força Portugal!