“Já não há anos calmos”, sentencia o embaixador Francisco Seixas da Costa, na sua análise aos grandes temas que vão marcar o próximo ano. E poucos duvidam de que 2019 lhe dará razão. Putin continuará a sua estratégia de dividir para reinar; as eleições europeias deverão levar mais antieuropeístas ao Parlamento, ainda sob os efeitos da ressaca de uma tragicomédia chamada Brexit (presumindo que não haverá novo referendo…); a China seguirá o seu caminho de afirmação no mundo e Trump continuará, enfim, a ser Trump – se sobreviver aos tumultos judiciais que o envolvem até à medula.
Estas são, no entanto, previsibilidades pejadas de imprevistos. Uma coisa é saber que o Brexit terá influência na Europa, outra é adivinhar como essa influência se irá manifestar. Quanto a Trump, sendo certo que se manterá errático ao sabor dos seus impulsos, resta saber quem serão os seus alvos. E Putin, que parece ter Trump no bolso, que predominância conquistará no Médio Oriente e na própria Europa? Estas são algumas das questões analisadas por Seixas da Costa, um dos mais experientes diplomatas portugueses, na VISÃO desta semana, dedicada aos acontecimentos que deverão marcar 2019 – uma edição para guardar.
Este ano faz anos
Os 500 anos do início da viagem de Fernão de Magalhães. Os nascimentos do mestre Leonardo (também 500 anos), de Napoleão (250), de Gandhi e de Gulbenkian (150), de Sophia (100). O meio século do primeiro homem na Lua, do Festival de Woostock e da Crise Académica de Coimbra. Os 20 anos da morte de Amália, da entrega de Macau e do euro. 2019 vai ser rico em ricas efemérides. Estas são as escolhas da VISÃO.
Os prodígios de 1989
Há 30 anos, celebrava-se o primeiro casamento do mundo entre homossexuais, na Dinamarca. Tim Berners-Lee inventava a internet, num laboratório do CERN, na Suíça. The Simpsons estreavam-se na televisão e caía o muro de Berlim (ainda que, meses antes, os tanques de Tiananmen não tivessem deixado que os estudantes chineses derrubassem o regime). Revisitamos 1989, o ano que chegou a ser rotulado como o do fim da História – um fim, sabemo-lo agora, manifestamente exagerado.
E ainda…
Entrevista a Francis Fukuyama, o homem que, em 1989, anunciou o tal fim da História, num ensaio que se tornou famoso. O que se espera do primeiro ano de mandato de Bolsonaro, o polémico vencedor das eleições presidenciais brasileiras. Os enigmas políticos de 2019, com a Geringonça no centro de todas as atenções. Os protagonistas do ano judicial que se avizinha – Sócrates e Salgado à cabeça. A multiplicação dos vegans. Os gadgets que se preparam para nos invadir a rotina. Os filmes, as séries e os concertos que vão marcar o ano.
Tchim, tchim
A tradição ainda é o que era e, por isso, no tema de capa da VISÃO Se7e desta semana, elegemos 65 vinhos para comemorar o novo ano. Entre tintos, brancos, rosés, generosos e espumantes, a seleção está dividida entre grandes vinhos, bons e acessíveis, e tem a garantia de qualidade do nosso crítico gastronómico, Manuel Gonçalves da Silva. Para ir preparando os festejos da próxima semana, veja aqui cinco espumantes para dar as boas-vindas a 2019.
Dizem os nossos cronistas que…
“Um automobilista vê um cidadão de colete amarelo e pensa: será um manifestante? Não, é um azarado a mudar um pneu. E aqueles dois, no meio do Marquês de Pombal? Serão manifestantes? Não, estão a assinar a declaração amigável por causa de um pequeno acidente. Não são gente sinistra, são gente que esteve envolvida num sinistro.” Ricardo Araújo Pereira
“Alguns anos atrás, percorri os principais lugares da vida de Magalhães e entrevistei dezenas de especialistas do período dos Descobrimentos. A apreciação de todos foi mais ou menos unânime: a primeira circum-navegação do globo é o maior feito de navegação da História da Humanidade, e Fernão de Magalhães é o maior navegador português de todos os tempos.” Gonçalo Cadilhe
“Mas como é possível, para não dizer mais, que o presidente de um sindicato de magistrados se faça assim juiz do que serve Portugal e a democracia? – implicitamente ‘condenando’, e de forma tão violenta, quem tem, com todo o direito a tê-la, opinião diferente da sua e do sindicato, como é o caso de Rui Rio.” José Carlos de Vasconcelos
“A sucessão de acontecimentos que se prevê que ocorram ao longo dos próximos meses é de tal ordem que não custa admitir que 2019 pode vir a transformar-se numa espécie de ano zero de uma nova era europeia, um marco que marcará um antes e um depois na vida do Velho Continente. Nada voltará a ser como antes – para o bem ou… para o mal.” Rui Tavares Guedes
Boas leituras e boas entradas…