Há poucas personagens, na História mundial, com o peso e o legado de Leonardo da Vinci no nosso imaginário coletivo. Quando queremos dar o exemplo de um génio, de alguém possuidor de uma mente de tal forma brilhante que é capaz de influenciar gerações ao longo de séculos, o seu nome é um dos que primeiro nos vem à cabeça.
Walter Isaacson, antigo jornalista e ex-diretor da revista Time, bem como da cadeia de televisão CNN, está habituado a penetrar na mente de génios e a contar as suas histórias. Nos últimos anos, escreveu três outras biografias monumentais – todas com mais de 350 páginas –, igualmente dedicadas a figuras criativas: Benjamim Franklin, o mais excêntrico dos pais fundadores dos EUA, que foi também inventor, cientista e diplomata; Albert Einstein, o génio desgrenhado, responsável pela Teoria da Relatividade, que recebeu o Nobel da Física em 1921; e Steve Jobs, o desalinhado budista, que criou na sua garagem californiana a mais valiosa marca tecnológica do mundo, a Apple. Agora, chegou a vez de Walter Isaacson se debruçar sobre o génio de Da Vinci, num livro que é já um best-seller mundial e que, em breve, será adaptado ao cinema, com Leonardo DiCaprio (quem melhor do que ele?…) no papel principal.
O nosso editor de internacional, Filipe Fialho, leu o livro e falou com Walter Isaacson. O resultado encontra-se no tema de capa desta semana da VISÃO, num trabalho que dá uma nova luz sobre o lado humano do génio. Com pormenores sobre a sua vida privada – filho ilegítimo, excêntrico, gay, vegan, perfeccionista e atraído pelo poder – mas, acima de tudo, muitos ensinamentos sobre os caminhos para se chegar ao patamar mais alto da criatividade, que é a ideia-chave da biografia de Walter Isaacson. O autor norte-americano faz questão de explicar que o florentino não era “apenas um génio” cujas obras poderiam ser o produto mais ou menos divino da inspiração. O que ele tenta demonstrar é que Leonardo é uma figura bem humana, “cheia de virtudes, defeitos e contradições”. Ou seja, o que o torna verdadeiramente diferente não é o seu intelecto ou o seu talento inato – é a sua curiosidade quase sobre-humana. É essa a grande lição que Leonardo nos dá e que o biógrafo nunca se cansa de sublinhar: “Aprendi com ele a deixar-me maravilhar com o mundo que me rodeia e isso pode fazer com que cada momento das nossas vidas, a cada dia que passa, se torne mais rico.” Uma história que, garanto, vale mesmo a pena ler.
Redação com o coração no Centro de Portugal
Nesta edição, a redação da VISÃO continua com o seu coração bem no Centro de Portugal – a região mais martirizada pelos devastadores incêndios que assolaram Portugal. O trabalho desta nossa redação itinerante pode ser acompanhado, em permanência no site da VISÃO. Mas, para a edição semanal em papel, a Rosa Ruela e o Tiago Miranda reuniram algumas das melhores histórias que encontraram. E perceberam, quatro meses e meio depois dos incêndios de Pedrógão, no deserto negro em que se tornou a região. Mas, acima de tudo, há muitos que teimam em não cruzar os braços. Uma reportagem que nos interpela de frente e que, por isso, nos emociona e obriga-nos a pensar. Como é dever do melhor jornalismo, aquele que fazemos questão de praticar aqui na VISÃO.
Maradona das Arábias
Depois de um interregno de cinco anos, Diego Maradona está de volta ao mundo do futebol, assumindo o papel de treinador do desconhecido Fujairah FC, da 2ª divisão dos Emirados Árabes Unidos. O lendário argentino tornou real o sonho de um xeque com grandes ambições, ao mesmo tempo que tenta, ele próprio, encontrar o seu lugar na vida e decidir o que significa hoje ser “Maradona”. Uma reportagem surpreendente de Morten Glinvad.
Como Manuel Pinho foi convidado para dar aulas em Columbia
A Sílvia Caneco assina, mais uma vez, um trabalho de investigação marcante, nesta edição. É uma história que traz nova luz sobre o chamado “caso EDP” e que começa assim: “Manuel Pinho tinha-se demitido há menos de seis meses do cargo de ministro da Economia quando António Mexia, presidente da EDP, recebeu um email do reitor da Universidade de Columbia, nos EUA. Nesse email, enviado a 2 de dezembro de 2009, o reitor John Coatsworth informa Mexia de que, na sequência da reunião entre ambos a 20 de novembro, em Nova Iorque, se a EDP fizesse um primeiro pagamento de 300 mil dólares até ao fim do ano, a School of International and Public Affairs (SIPA) conseguiria, entre outras coisas, “pagar o salário de um professor convidado” para dar aulas durante um semestre sobre “energia e ambiente”. E a pessoa “mais bem posicionada para ocupar essa posição”, acrescentava o reitor no email, era “Manuel Pinho”.
As “startups” que merecem ser seguidas
Mais de 250 startups portuguesas quiseram estar presentes na segunda edição da Web Summit em Lisboa. O ecossistema nacional de empreendedores de base tecnológica está a crescer cada vez mais. Já temos um unicórnio (empresa com uma avaliação superior a mil milhões de dólares), a Farfetch, mas são várias as que lhe seguem os passos. Na edição da semana passada falámos de três dessas, a Talkdesk, a Veniam e a Unbabel. Nesta semana, o Paulo M. Santos e o Rui Antunes desvendam as outras 15 que estão a aguçar o apetite dos investidores, um pouco por todo o mundo
Olhar de cima para baixo
Na VISÃO Se7e desta semana encontrará muitas sugestões para os seus tempos livres, entre restaurantes, hotéis, lojas, espetáculos, séries de televisão, livros e discos. No tema de capa, subimos às alturas dos novos miradouros de Lisboa e do Porto – sem medos nem vertigens. Para ter uma ideia, espreite aqui o que viu e sentiu a Inês Belo no pilar principal da Ponte 25 de Abril.
A opinião que conta
Frases que pode encontrar, esta semana, nas colunas de opinião da VISÃO:
Ricardo Araújo Pereira: “A Web Summit é uma mistura bastante inteligente de eucaristia com salão erótico.”
António Lobo Antunes: “As pessoas têm a ideia que a morte é a solidão total num nada completo. E provavelmente é. Julgo que é. ”
Capicua: “Por cada antigo comércio que fecha, abre um novo espaço que reclama décadas de antiguidade e tradição, e por cada pequeno tasco tuga que desaparece, abre mais um espaço gourmet com tapas, caffe latte e brunch com panquecas e maple syrup. Enfim…”
Pedro Norton : “O Orçamento do Estado é – não vale a pena estar com paninhos quentes – um mau orçamento. Antes de mais porque não é, obviamente, um orçamento de futuro.”
José Eduardo Martins: “Na hora da verdade este Governo já demonstrou que entre o descongelamento das carreiras na função pública ou a operações no IPO escolhe sempre os primeiros.”
Carlos Fiolhais: “Hoje, felizmente, o País está a dar mais habilitações aos seus cidadãos e está a apostar na Ciência. Estamos muito longe do nosso passado, mas convém ter em mente que estamos ainda atrás, na maioria dos índices da Educação e Ciência, da média europeia.”
O mundo é dos otimistas
Comecei pela criatividade, despeço-me com otimismo. Aliás, de acordo com a nota editorial que assino, em conjunto com a Mafalda Anjos, nesta edição, onde reafirmamos a nossa confiança no futuro da VISÃO. Há uma boa justificação para isso, conforme foi anunciado no início desta semana: as negociações para a compra da VISÃO e de outros 11 títulos pertencentes à Impresa Publishing transitaram para a fase de negociação exclusiva, depois de apresentada uma proposta por parte de Luís Delgado (comentador político e empresário, que foi jornalista, presidente executivo da Lusomundo Media, administrador da agência Lusa e principal proprietário da Time Out, com uma ligação de décadas à comunicação social).
Se tudo se concretizar, e for adiante a proposta, em 2018 teremos uma nova vida pela frente. E uma certeza: contamos consigo, e sobretudo com os nossos muito estimados assinantes que connosco mantêm uma relação tão duradoura e especial, para estar ao nosso lado nesta nova fase da nossa existência. Vamos construir juntos, acreditamos, um futuro com mais VISÃO.
Continuamos, entretanto, junto em www.visao.pt
