Hoje trago-lhe, caro leitor, uma sugestão diferente do habitual. O desafio que lhe colocamos é que uma espécie de volta ao mundo em imagens: convidamo-lo a deixar-se tocar por fotografias que emocionam, inquietam e fazem pensar. Tudo isto sem sair de Lisboa. Está em exibição a exposição World Press Photo 2017, que chega a Portugal em parceria com a revista VISÃO. Patente no Museu de Etnologia até dia 21 de Maio, é um evento obrigatório para se tirar o pulso aos tempos em que vivemos, e uma celebração do melhor fotojornalismo que se faz no planeta.
Numa época de fake news e de pós-verdade, aqui vive-se um banho de realidade sem ponta de ficção. A fotografia vencedora, eleita envolta em polémica devido ao voto de vencido do presidente de júri, mostra os segundos a seguir à morte do embaixador russo na Turquia, o assassino de pistola em riste em pose vitoriosa, o corpo inerte no chão. As outras imagens do mesmo autor contam o resto da história: o antes e o depois, a assistência de cócoras, o pânico.
An Assassination in Turkey, assinada por Burhan Ozbilici, é a fotografia do ano, mas há dezenas de outras para ver e que passam em revista temas noticiosos e contemporâneos, cenas do quotidiano, grandes imagens da natureza e até do desporto. A volta ao mundo é garantida com as imagens que vêm de outras latitudes: da Cuba pós-Fidel aos refugiados no mediterrâneo, passando pelo desespero na Síria e no Iraque, os rinocerontes dizimados em África do Sul, as pequenas bailarinas na China, a caça no Alaska, as favelas no Rio de Janeiro ou as prisões sobrelotadas nas Filipinas. Foram escolhidas entre 80.408 fotografias submetidas a competição por 5034 fotógrafos de 125 países, tendo o júri premiado 45 fotógrafos de 25 países, em oito categorias.
Para lhe aguçar o apetite, acompanhe-nos numa visita guiada em 360º com Suzan Van den Berg, a coordenadora da exposição, mas o melhor mesmo é ir ver ao vivo no Museu de Etnologia, no Restelo (aqui localização), até dia 21 de Maio.
Garantimos que merece bem a romaria.