Nicolau foi ao ponto de roubar dinheiro destinado ao material escolar dos filhos para apostar. Conceição ainda está a pagar dívidas, seis anos após ter parado de jogar. E Ricardo, depois de perder dinheiro da família e da empresa onde trabalhava, suicidou-se.
É de histórias destas – de compulsão, de desespero – que é feita a reportagem de capa da VISÃO, escrita pela Vânia Maia. Histórias de quem se deixa enganar pela aparência do dinheiro fácil nas apostas online. Histórias de quem joga com a vida e é derrotado.
O jogo patológico, reconhecido como uma perturbação pela Organização Mundial da Saúde, afeta milhares de portugueses (e será que o leitor conhece algum? Veja aqui os sinais). Todos os dias, em média, 39 pessoas pedem a autoexclusão dos sites. Mas muitas outras vão entrando, num mundo ainda descontrolado – apesar da legalização do jogo online, grande parte do mercado continua a ser clandestino. E famílias continuam a desfazer-se, e vidas continuam a perder-se.
A vez dos robôs
O que há poucos anos parecia ficção científica (quem diria que estaríamos já tão perto de ter carros que se conduzem sozinhos?…), é hoje uma realidade: as máquinas estão mesmo a tomar conta do trabalho. A ocupar-nos os postos em hospitais, lares, lojas e, claro, fábricas. Ao ponto de, em Bruxelas, se discutir já a personalidade jurídica do robô. Ou “pessoa eletrónica”, como o Parlamento Europeu chama às máquinas mais sofisticadas. Mas o que é que isso implica? Os robôs vão pagar impostos? Que empregos vamos perder? E quais vamos ganhar? É a estas e outras perguntas que a Sara Sá – que foi a Bruxelas falar com eurodeputados e investigadores da área – responde na reportagem Eles, os robôs.
Criança não entra
Da entrada em cena dos robôs passamos para a saída de cena dos miúdos. Multiplicam-se os restaurantes, hotéis e resorts que “desaconselham” a presença de crianças. Uma opção legítima, defendem uns. Uma barbaridade, acusam outros. Numa coisa podemos concordar: a polémica da “pedofobia” (sim, a palavra existe) está mais viva que nunca. A Teresa Campos falou com os dois lados da barricada e apresenta-nos os argumentos pró e contra crianças.
Centeno bom, Centeno mau
Numa altura em que apresenta o défice português mais baixo desde pelo menos o nascimento do euro (o PS diz que é desde o 25 de Abril), o ministro da Economia não consegue fazer passar o papel de herói. Pelo contrário – está debaixo de fogo, a ser cozinhado em lume brando pela oposição. Tudo, ainda e sempre, por causa da isenção de declarar os rendimentos dos administradores da Caixa Geral de Depósitos. Afinal, Mário Centeno mentiu ou não mentiu? O Filipe Luís explica-nos toda a controvérsia à volta da curiosa expressão “erro de perceção”.
Quem é o segundo homem mais poderoso do mundo?
O principal assessor e chefe de estratégia de Donald Trump é uma figura sinistra. Ligado a movimentos de extrema-direita, Steve Bannon tornou-se uma das razões que leva o mundo a ter medo. Muito medo. A revista Time traça-lhe o perfil, num texto que a VISÃO publica em exlusivo para Portugal. E estamos a falar de um homem que apelida o atual momento como “nascimento de uma nova ordem política”…
E ainda…
Uma entrevista a Cesar Bona – considerado o melhor professor de Espanha e um dos melhores do mundo. Um artigo de análise ao momento crucial que França atravessa – tendo em conta que Marine Le Pen pode beneficiar dos novos motins nos subúrbios de Paris, e uma vitória nas eleições presidenciais colocaria a União Europeia num ponto de não retorno. Um texto sobre os trabalhadores precários do Estado – 116 mil, sendo que, ironicamente, é no Ministério do Trabalho que se encontra a maior parte dos recibos verdes. E o prefácio do novo livro de Cavaco Silva – que promete revelações inéditas sobre a sua relação com José Sócrates.
E mais ainda…
Como é costume, nas páginas da VISÃO Se7e desta semana encontrará dezenas de sugestões para ocupar os seus tempos livres, entre restaurantes, hotéis, espetáculos e séries de televisão. No tema de capa desta edição, visitamos as lojas dos designers da moda nacional que, além dos ateliês, fazem questão de manter a porta aberta com o seu pronto-a-vestir de autor. Como esta aqui.
E ainda mais…
O que dizem os nossos cronistas esta semana? Isto:
António Lobo Antunes: “Eu tenho o maior orgulho no meu sangue. Quer do lado da minha mãe quer do lado do meu pai venho de camponeses muito pobres e o meu brasão só tem enxadas.”
Ricardo Araújo Pereira: “Cavaco diz que, a partir de certa altura, começou a desconfiar de que Sócrates nem sempre dizia a verdade. Se os vindouros atribuírem cognomes aos presidentes, será justo que o antecessor de Marcelo fique conhecido como ‘Cavaco, o Perspicaz’.”
Capicua: “Por muito que acredite no Porto e nas vantagens do turismo, devo confessar-me cética em relação ao futuro e a esta estratégia de transformar o Porto em marca.”
João Semedo: “Sendo despenalizada a morte assistida, consagrado que fique na lei esse direito, ninguém é obrigado a recorrer à eutanásia mas, também, ninguém fica proibido de o fazer.”
Mafalda Anjos: “Pedófilo confesso, há um ano à solta sem acusação: este caso, que conheço de perto, é um porta-estandarte da falha do sistema.”
Resta-me dizer-lhe que, tal como a VISÃO, também o sol chega amanhã a todo o País, e veio para ficar. Boas leituras, com muita luz…