Caros leitores,
Uma gripe de um comissário da TAP era, afinal, malária cerebral. Dois formandos do curso de Comandos também sucumbiram a um golpe de calor, depois de horas à espera de serem reencaminhados para um hospital. Estes são os dois exemplos mais recentes de suspeitas de erros médicos, de negligência. Mas há mais. Na primeira edição de 2017, a VISÃO retratou outros quatro casos, numa altura em que Portugal passa a contar com o primeiro apoio a vítimas de negligência médica. Em cinco anos, só no DIAP em Lisboa, as queixas duplicaram para 65 pedidos de inquérito. Difícil, difícil é um queixoso sentir que se fez justiça entre atrasos, prescrições de processos, arquivamentos, recusas na admissão de erro, quer dos médicos quer das administrações hospitalares. “Morre mais gente nos hospitais por erros evitáveis do que nas estradas”, remata André Dias Pereira, diretor do Centro de Direito Biomédico. Leia aqui alguns casos que marcaram a opinião pública em Portugal e não deixe de ler nas páginas da revista desta semana a reportagem de Isabel Nery.
A Ordem negra segundo Scorsese
O drama vivido por jesuítas portugueses no Japão, no século XVII, chega ao grande ecrã. Martin Scorsese inspirou-se na personagem do português Sebastião Rodrigues para realizar o seu novo filme, Silêncio, baseado no romance do japonês Shusaku Endo. A VISÃO apanhou a boleia e, através do olhar de Luís Almeida Martins, revisitou o papel, a influência e o poder da Companhia de Jesus, em particular as relações nem sempre fáceis com o Oriente. Leia também a entrevista ao padre jesuíta James Martin, que diz que “Scorsese fez um dos melhores filmes de sempre sobre fé”. O Silêncio estreia a 19 de janeiro no País.
Os truques das falsas notícias
Nas redes sociais vale tudo para caçar cliques. A nova (e perigosa) moda são as notícias falsas. Algumas têm agenda política ou são truques de propaganda, outras não passam de piadas que até podiam ser reais. O jornalista Rui Antunes mostra este novo mundo, em que se criam clones de meios de comunicação conceituados e se difundem títulos disfarçados de notícias. Muitas fake news são barradas pelo bom senso ou pelo filtro do jornalismo, outras nem por isso. Conheça o top 5 das principais fake news, com maior sucesso no Facebook. E leia aqui em, sete passos, como detetar notícias falsas.
É cedo para o pós-passismo?
Na sede da São Caetano à Lapa, poucas são as vozes a defender a estratégia seguida por Pedro Passos Coelho no último ano. As sondagens têm sido desfavoráveis ao PSD e, em pouca surdina, debate-se a sucessão na liderança social-democrata. Rui Rio prepara a sua candidatura para o próximo congresso de 2018. De Bruxelas, o eurodeputado Paulo Rangel garante estar atento ao que se passa em Lisboa. Marques Mendes vai lançando farpas. Mas, como explica Inês Rapazote, há muito ruído, ainda que ninguém se tenha lançado publicamente na corrida à liderança. Passos, aliás, apresentou esta semana uma “agenda reformista” na nova newsletter do partido e prepara-se para calcorrear o País. As autárquicas são o principal teste para a era pós-passismo.
O meu namorado é um “robot”
Os humanos podem perder-se de amores por “bonecos” com Inteligência Artificial? Em filmes e em séries há muito que homens e mulheres preferem um robot para companhia em vez das típicas e complicadas relações a dois. Fora da ficção, como explica Clara Soares, cada vez mais millennials e “celibatários urbanos” procuram assistentes virtuais holográficos para lhes aliviar a solidão. Um artigo a não perder sobre os futuros dilemas da tecnologia.
Regresso de Né Ladeiras
Depois de 15 anos sem gravar, Né Ladeiras está de regresso aos discos. Em entrevista a Mário David Campos, a cantora fala pela primeira vez da “depressão crónica” que tem marcado a sua vida e que a faz aparecer e desaparecer. Aquela que foi a voz da Banda do Casaco, uma das mais irreverentes da música popular nos anos 80, lança Outras Vidas, uma viagem por sonoridades tão distantes como as da América Latina, Bretanha e Médio Oriente.
Soy louco por ti, Lisboa
No tema de capa desta semana, fomos em busca daquilo que não pode perder na Lisboa 2017, Capital Ibero-americana de Cultura – entre exposições, espetáculos de música, de teatro e de dança, ciclos de cinema, conferências e passeios pela cidade. A festa começa já este fim de semana, com um concerto que vai juntar vozes femininas de Portugal, do Equador e do Panamá.
Na leitura da revista, em papel, não pode perder a opinião de António Lobo Antunes, Ricardo Araújo Pereira, Paul Krugman, José Eduardo Martins, Rita Rato e Capicua. Esta semana não há crónica de José Carlos Vasconcelos, mas na próxima pode ler o vencedor do Prémio Vasco Graça Moura no seu espaço habitual na VISÃO.
Na próxima semana, voltamos a encontrar-nos. E vai ser um encontro diferente: a VISÃO está a mudar. A começar pela iniciativa Ler faz bem, em que será distribuído gratuitamente uma obra da literatura universal por mês. A Quinta dos Animais, de George Orwell, marca a estreia de um projeto que, mais do que uma oferta, é um manifesto a favor da leitura. E não digo mais nada para não estragar a surpresa. Até lá, visite o site visão.pt e esteja connosco todos os dias. Um excelente 2017.