Há quem diga que a arte da previsão consiste em antecipar o que acontecerá e depois explicar porque não aconteceu, mas todos os anos por esta altura voltamos ao tema: que mundo vamos ter pela frente nos 12 meses seguintes? 2017 está mesmo aí à porta e se há ano que importa antever e refletir é este, que vai chegar carregado de incógnitas – chamámos-lhe o ano da incerteza absoluta. Em 2017, os riscos vão estar disseminados por todo o lado. E sem fronteiras: a possibilidade de atentados terroristas é grande, os ataques cibernéticos ameaçam tornar-se frequentes e uma nova ordem mundial começa a ser erguida sobre os escombros da antiga que aparentemente está a falir.
Nesta edição especial para guardar que está amanhã nas bancas e que complementa a anterior (que fez o resumo de 2016), são muitos os temas em análise. Em destaque, o mundo carregado de tensões que António Guterres vai herdar no dia 1 de Janeiro, quando assumir “o trabalho mais impossível do mundo”. São complexos os jogos de poder à vista: uma América de Trump que admira Putin e entra em rota de colisão com Pequim; uma China de Xi que quer ser um ator global; uma Rússia que capitaliza com a crise dos valores liberais no Ocidente; uma Alemanha que se vira para dentro em ano de eleições e um Reino Unido às voltas com o Brexit. Que aliados e desafios lhe esperam e que caminhos pretende trilhar, eis a questão.
Para perceber o que aí vem, não há nada melhor do que olhar para trás. E este é um ano em que se celebram algumas efemérides redondas muito importantes. Dos 10 anos do iPhone que revolucionou a nossa maneira de comunicar e informar, passando pelos 500 anos da cisão luterana aos 100 anos das aparições de Fátima e do Outubro Vermelho, estas são apenas algumas destas datas históricas que moldaram o mundo e que recordamos nesta edição. Esta última mereceu um artigo com maior profundidade, onde analisámos as semelhanças entre os dias de hoje e o período pré-bolchevismo de 1917. Há 100 anos, a Europa era o palco dos “Últimos dias da Humanidade” e um século depois, as previsões do “fim da História” com um mundo em “paz perpétua” dominado pela economia capitalista e a democracia parlamentar na sequência da queda do Muro de Berlim, não se confirmaram.
Das grandes questões globais, passamos depois para as vidas reais. Como vamos afinal viver em 2017? Espera-se que um pouco melhor do que em 2016. O rendimento disponível das famílias vai aumentar mas as rendas de casa, os transportes públicos e alguns impostos indiretos também sobem. A sobretaxa do IRS acaba, a CES dos pensionistas também, ao mesmo tempo que aumentam as pensões mais baixas e algumas prestações sociais como o abono de família. Em ano de eleições autárquicas, quase metade dos municípios prometem desagravar o IMI. Explicamos tudo em detalhe num conjunto de textos, mas se quiser ir fazendo contas à vida, espreite aqui tudo o que vai aumentar.
Por esta altura, quase tão certa como os aumentos de início de ano é a gripe sazonal. E a deste ano é particularmente virulenta e perigosa. Explicamos-lhe tudo.
Para ler ainda nesta edição, o resumo dos grandes concertos e estreias de cinema que vêm aí, as tendências que vão marcar o ano e as que são para esquecer e as pessoas que acreditamos que se vão destacar nas artes cultura e desporto. Como o talentoso Frederico Morais e a bela Maria Clara Vasconcellos. Já a conhece? Não? Então espreite aqui.
Se é daqueles, como eu, que começa o ano a sonhar com as viagens que gostava de fazer, não pode perder esta edição especial onde reunimos os 12 destinos a visitar este ano e porquê. Se prefere ficar por cá, como sempre na VISÃO se7e encontrará dezenas de sugestões para ocupar os seus tempos livres, incluindo ideias de restaurantes, lojas, espetáculos, filmes e hotéis. No tema da capa desta semana, o nosso crítico gastronómico, Manuel Gonçalves da Silva, seleciona 64 vinhos para beber em 2017, entre grandes tintos e grandes brancos, generosos e escolhas boas e acessíveis. Veja aqui a sua seleção de espumantes e brinde connosco a um novo ano.
Em jeito de despedida, uma nota muito cá de casa que nos faz ter razões para brindar. Na VISÃO, 2016 terminou com boas notícias: fomos o título que mais subiu em leitores e audiências. Se é um dos nossos 455 mil leitores habituais, obrigada por nos preferir. Mais notoriedade aumenta-nos a responsabilidade de continuar a fazer mais e melhor, num compromisso com o jornalismo de qualidade que sempre fez parte do ADN da VISÃO.
Até para o ano!