Bom-dia leitoras e leitores,
Finalmente, vamos ouvir falar menos de populismos (até às eleições que se seguem) e mais de populares. Trocamos políticos duvidosos a quem não compraríamos um carro em segunda mão por santos festivos que andam há séculos a fazer o que podem para corresponder a mil e um pedidos dos mais devotos. Mas que fique claro: ser populista não é o mesmo que ser popular.
Este ano, a época dos santos, em Lisboa, começou com uma polémica que vai ganhando voz, sobretudo, nas redes sociais. Não haverá, talvez, um bocadinho de barulho a mais em demasiadas zonas da cidade e a demasiadas horas? A triste ideia de colocar um palco flutuante a navegar pelo Tejo disparando música de qualidade duvidosa para a zona ribeirinha foi, para alguns, a gota de água, o decibel a mais. É certo que é impossível imaginar uma cidade em festa e totalmente silenciosa ao mesmo tempo, mas esta revolta crescente parece um bom pretexto para pensar numa tendência muito em voga na sociedade contemporânea: o medo do silêncio, a obsessão por preenchê-lo de qualquer maneira, com a fonte sonora mais à mão. E porquê, afinal? Será que nos esquecemos do prazer de um jardim silencioso que filtra, lá longe, os ruídos da urbe? Será que deixámos de valorizar uma esplanada com vista desafogada e sem nenhuma televisão ou rádio em altos berros por perto?
Pensemos nisso, sim, mas sem sermos aquele rezingão chato e sempre mal disposto que existe em (quase) todos os condomínios. Por agora, mergulhemos, pois, nas festas dos santos populares, entre algazarra variada, trolleys e trotinetes, bailaricos e o fumo dos grelhadores!
Ou então não… Na verdade, em junho há vida para lá das marchas, das sardinhadas e dos manjericos. Ora, tome nota. Agora mesmo ou em qualquer momento da semana no sítio do costume: o site da VISÃO Se7e.
Este fim-de-semana prolongado vem mesmo a calhar… Aproveite-o bem!