Cairo, 06 out (Lusa) – O presidente egípcio, Mohamed Morsi, tentou hoje tranquilizar os meios conservadores do país, afirmando que um empréstimo de quase cinco mil milhões de dólares pedido ao Fundo Monetário Internacional (FMI) é compatível com os princípios das finanças islâmicas.
Num discurso proferido num estádio de futebol na capital egípcia por ocasião do aniversário da quarta guerra israelo-árabe, em 1973, Morsi afirmou que o empréstimo “não constitui usura”, numa referência aos juros cobrados, banidos pelos preceitos das finanças islâmicas, em que os riscos e os lucros são partilhados entre a banca e os clientes.
Confrontado com uma grave crise económica, o Egito pediu no final de agosto a ajuda do FMI, um empréstimo que pode ascender a pelo menos 4,8 mil milhões de dólares (3,7 mil milhões de euros), de acordo com autoridades egípcias citadas pela AFP, um montante consideravelmente acima dos 3,2 mil milhões de dólares (2,45 mil milhões de euros) considerados no início das negociações.