Redação, 19 dez (Lusa) — O administrador delegado demissionário da Casa da Música, Nuno Azevedo, acusou hoje o Estado de ter faltado à palavra e não estar “disponível para jogar as regras do jogo”, criticando o “populismo inaceitável” nos cortes às fundações.
Em entrevista ao Porto Canal, um dia depois de todos os membros do Conselho de Administração da Casa da Música terem renunciado aos respetivos mandatos, devido aos cortes anunciados pelo Governo para 2013 nas transferências de verbas para a Fundação, Nuno Azevedo começou por explicar que as condições para cumprir o mandato “deixaram de existir”, em primeiro lugar porque “o acordo fundacional passou a ser uma ficção”.
“O Estado reservava-se o direito de pôr e dispor, com livre arbítrio, em relação às suas obrigações. Temos uma fundação que afinal não é uma fundação, porque uma das partes — o Estado – não está disponível para jogar com as regras do jogo”, criticou, recordando que houve um acordo em abril, entre o Estado e a Casa da Música, para acomodar o corte de 20% na transferência anual, que, afinal, se irá cifrar em 30% devido à avaliação feita pelo Governo às fundações.