Bruxelas, 03 dez (Lusa) — O ministro das Finanças desvalorizou hoje a possível extensão a Portugal de algumas das novas condições de ajuda concedidas à Grécia, apontando que o Governo está atento a essa oportunidade, mas que a mesma foi excessivamente dramatizada por “mal entendidos”.
Falando no final de uma reunião de ministros das Finanças da zona euro, em Bruxelas, Vítor Gaspar argumentou que “Portugal não é a Grécia” e, embora esteja atento à “possibilidade” de discutir o princípio da “igualdade de tratamento” nas poucas medidas do pacote acordado para Atenas a que o mesmo se aplica, considerou “muito mais importantes e centrais” a estabilização da zona euro e o sucesso da implementação do programa de ajustamento português “do que saber se Portugal irá ou não beneficiar da extensão de prazos e período de diferimento de juros”.
O ministro português alinhou pelo discurso de que “a Grécia é um caso único” e que o pacote de medidas acordado na semana passada para Atenas é também “único”, apontando que aquilo que disse na semana passada, na Assembleia da República, foi que algumas das medidas, aquelas ao abrigo do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF), poderão vir a ser aproveitadas oportunamente, na lógica de facilitar o regresso de Portugal aos mercados.