Redação, 22 set (Lusa) — O investigador da Universidade de Coimbra Fernando Ruivo disse à Lusa que por trás da pouca participação política em Portugal estão fatores históricos e que as pessoas são mais ativas quando a situação socioeconómica é mais favorável.
Para este especialista em poder local, “a não participação ou a participação com pouco impacto é uma das tradições portuguesas” que se faz sentir com mais ou menos força em diferentes momentos da História, acreditando Fernando Ruivo que a “confusão” instalada com as múltiplas candidaturas independentes às próximas eleições autárquicas poderá gerar uma maior abstenção.
Já o professor da Universidade de Aveiro (UA) Carlos Jalali recordou uma fraca participação política para além das eleições, mas subscreveu que o fator histórico pesa de forma significativa na pouca participação política em órgãos mais próximos como as freguesias, ao qual acresce uma perceção da relação custo-benefício, ou seja, “o tempo que a pessoa tem que gastar e os benefícios individuais e coletivos que espera ganhar”.