Luanda, 07 fev (Lusa) — O MPLA, o partido no poder em Angola, não se mostrou hoje surpreendido com a existência de um “saco azul” que serviu para Portugal financiar no passado a UNITA, uma denúncia feita na terça-feira pelo ex-ministro português Castro Caldas.
Em declarações à Lusa, Rui Falcão, secretário para a Informação do MPLA, considerou que era do “conhecimento público” que a UNITA “sempre beneficiou de lóbis fortes na alta sociedade política portuguesa e que se sabiam alguns dos meandros desse apoio”.
Na terça-feira, durante uma comissão de inquérito em Portugal sobre Camarate (referente às circunstâncias da morte em 1980 do primeiro-ministro Sá-Carneiro e do ministro da Defesa Amaro da Costa), o ex-ministro da Defesa Castro Caldas afirmou que o líder histórico da UNITA, Jonas Savimbi, foi “durante muito tempo financiado pelas Forças Armadas portuguesas”, através do Fundo de Defesa Militar do Ultramar, que funcionava como um “saco azul”.