Começou por uma dieta baseada em sapos, que aliás se servem no refeitório da maioria dos locais de trabalho, mas rapidamente começou a engolir objetos.
Para entrada um cabide, uns clipes al ajillo e uns teclados de cabidela.
Em casa, para destemperar, engolia a seco o elevador com o vizinho lá dentro, (brigadeiro reformado de monóculo à Bismarck.)
Para sobremesa engolia uma tábua de passar a ferro, salteada com um televisor Blaupunkt com ecrã de plasma.
Era um funcionário bastante digestivo.
Foi advertido pelo diretor do economato que o ameaçou com um processo disciplinar.
Num ataque de voracidade engoliu a gravata do diretor do economato e meia dúzia de esferográficas para desenjoar.
Dirigiu-se aos Recursos Humanos, pediu um aumento em senhas de refeição.
Perante a intransigência do diretor de recursos humanos comeu-lhe os sapatos italianos, que estavam um bocado enzeitados.
Farto desta dieta, o homem engoliu toda a tralha do edifício, o que incluiu a administração, a fotocopiadora e a máquina de despedir empregados que estava ao lado da do café.
Os sapos no charco rejubilaram com a nova dieta e o homem que engolia tralha pode, finalmente, beber um digestivo a olhar para o céu e a cantarolar uma música do Woody Guthrie.
Por fim arrotou, o presidente daquela empresa era de facto um bocado indigesto