A atividade no mercado de residências para estudantes em Portugal continua forte, estimando-se que entrem em operação nos próximos três anos cerca de 10.000 novas camas que se irão juntar às 18.000 atualmente em funcionamento. A análise vem na edição de 2019 do estudo “European Student Accommodation Guide”, publicado pela Cushman & Wakefield que conclui que esta oferta é a resposta por parte dos investidores “à forte procura por parte dos estudantes”. O estudo indica que existem em Portugal cerca de 400 mil estudantes universitários, dos quais 42% são nacionais com necessidade de se deslocarem para fora da sua área de residência para completar os estudos, e 13% (50 mil) são estudantes internacionais.
A crescente reputação do ensino superior em Portugal é também apontado no estudo como um fator de atratividade junto dos estudantes internacionais, indicando que o nosso país contabiliza 13 universidades no ranking “Times Higher Education World University Rankings 2019”, posicionando-se em 9º lugar a nível europeu, o que explica também que esteja entre os países da Europa que recebe o maior número de estudantes do programa Erasmus.
A análise da Cushman & Wakefield revela ainda que as cidades de Lisboa e Porto estão a transformar-se “em centros de inovação, e a promoção de clusters empresariais está a criar iniciativas de empreendedorismo nas universidades, exercendo um forte atrativo junto de jovens estudantes nacionais e da União Europeia”.
Andreia Almeida, diretora do departamento de Consultoria da Cushman & Wakefield, refere que “impulsionado pelo potencial que o mercado apresenta, estima-se que desde 2016 tenham sido investidos 71 milhões de euros na promoção de residências para estudantes em Portugal, prevendo-se uma manutenção desta atividade nos próximos anos. Comprovando este dinamismo, operadores como a Collegiate, SmartStudios, U.hub e Studenville, que se estabeleceram no mercado nos últimos dois anos, têm planos ambiciosos para crescer com parceiros internacionais.”
Um interesse em linha com o mercado europeu de investimento em alojamento universitário onde foram transacionados cerca de 5,2 mil milhões de euros nesta classe de ativos em 2018.
Para os próximos anos, prevê-se que a atividade permaneça relativamente estável, com os investidores atentos à criação de joint ventures para a promoção de novos empreendimentos. Ao longo deste ano e até 2020 a atividade estará concentrada na construção, com a primeira onda de ativos concluídos ainda em 2019.
Os cerca de 19,6 milhões de estudantes universitários na Europa, 8% dos quais internacionais (1,6 milhões), representam um mercado muito significativo ao qual os investidores continuarão atentos.