A necessidade de os colaboradores estarem disponíveis para se adaptarem e reaprenderem ao longo da sua vida profissional é uma das componentes-chave da evolução do trabalho no futuro, sempre de mão dada com a evolução tecnológica que está a transformar a forma como operamos. Estas foram algumas das ideias deixadas durante a conferência “O Futuro do Trabalho”, realizada na semana passada na AESE Business School em Lisboa. A iniciativa incluiu a entrega das distinções às Melhores Empresas para Trabalhar 2019, uma iniciativa da EXAME, em parceria com a AESE Business School e com a everis.
“Vamos caminhar para profissões com conteúdo diferente e as do contacto humano que vão manter-se. Para isso é importante a abertura ao que é novo e à aprendizagem ao longo de toda a vida,” defendeu Maria de Fátima Carioca, dean da AESE Business School, no final de uma tarde de debate que encheu o auditório daquela instituição.
Para João Viana Ferreira, partner da everis, o maior desafio para o futuro é a retenção dos colaboradores: “Fazer tudo o que for possível para que as pessoas se mantenham e tenham um grande futuro profissional connosco,” sintetizou.
Patrícia Espírito Santo foi uma das intervenientes da quase dezena de painéis que dominaram a discussão. A head of talent & engagement do grupo Jerónimo Martins diz-se “otimista” com o futuro do trabalho, que será “mais positivo do que é hoje e a tecnologia será uma ajuda à produtividade, à felicidade, à realização das pessoas.”
Esse otimismo é partilhado por Sandra Rebelo. A diretora de desenvolvimento de pessoas da Galp vê as empresas a afirmarem-se cada vez mais como “polos dinamizadores da sociedade”. A importância de uma aprendizagem constante foi sublinhada por Pedro Amorim, corporate clients director da ManPowergroup Portugal. “O mercado de trabalho mexe tão depressa e as alterações são tão rápidas que, ou temos a capacidade de aprender e reaprender rapidamente o que são as novas necessidades ou o ambiente de trabalho, ou dificilmente teremos sucesso no que é o nosso percurso profissional.”
No meio do turbilhão da evolução tecnológica, um dos maiores gigantes da inovação entende que as pessoas devem continuar estar no centro das atenções das organizações. Paula Panarra, diretora-geral da Microsoft Portugal, defende que a tecnologia “está aqui sobretudo para servir as pessoas” e que a diferenciação virá da capacitação, retenção de talento, colaboração e “cada vez mais inteligência nas decisões tomadas.”
A ideia de melhoria contínua marcou também a entrega dos prémios das Melhores Empresas para Trabalhar (MEPT), que distinguiu as práticas de excelência de uma centena de organizações no país, pela 20.ª edição anual consecutiva.
Rita Silva, CEO da Edge, a vencedora de 2019, considera que a distinção “ajuda a melhorar” a empresa. “Mesmo ficando em primeiro lugar, sabemos que há sempre coisas para melhorar e as área em que o podemos fazer.”
Para Rui Magalhães, da Estoril Sol Digital – segunda classificada – este prémio “é o reconhecimento para toda a equipa que trabalha na Estoril Sol, daquilo que fazemos no dia a dia e o impacto que isso tem no bem-estar e na vida de cada um”. “Sendo ambicioso, queremos mais e melhor. E a ideia é melhorar, é o que queremos fazer para o ano,” reconheceu por seu lado Hélder Costa, da Blip, posicionada em terceiro lugar nas MEPT 2019.