Há 25 anos, Manuel Violas foi capa da EXAME, numa edição que contava a história da sucessão bem-sucedida na gestão dos negócios do império Violas, entre os quais se destacavam o Casino de Espinho e a têxtil Cotesi, bem como participações relevantes na Super Bock e no BPI. “O meu pai tinha falecido há relativamente pouco tempo, em 1991, e eu era líder do grupo há três anos. Estávamos a passar por uma fase complicada com a Guerra do Golfo e todas as suas consequências”, recorda o empresário.
A complicada conjuntura internacional da época implicou uma viragem na estratégia da família. Segundo o empresário, os esforços estavam demasiado concentrados na área têxtil e houve a necessidade de apostar mais nos casinos e no negócio do Turismo. Logo em 1995, o grupo conquista as concessões dos casinos do Algarve e, mais tarde, do de Chaves.
Manuel Violas conta ainda que a sucessão foi natural, “sem discussões”. O pai, que tinha também duas filhas, Celeste e Otília, foi entregando a liderança das suas empresas ao filho, à medida que os problemas de saúde aumentavam. “Mesmo assim, manteve-se ativo até muito tarde. Foi ele, em 1989, o principal responsável pela compra da Super Bock”, sublinha.
Mas a união dos negócios e da família foi impossível de manter. Em 2001, registou-se uma separação: “Simplesmente, em 2001 houve uma cisão de uma parte da família. Investi eu e a Celeste, e a Otília, que ficou com a parte no BPI e os negócios imobiliários, fez o seu grupo”, explica Manuel Violas.
Desde 1994, o grupo que lidera “cresceu muito”. Hoje, são cinco casinos – o de Espinho, os do Algarve e o de Chaves –, algumas unidades hoteleiras, a têxtil Cotesi, “o negócio mais antigo e complicado”, diz o gestor, e a maioria do capital da Super Bock, que perdeu e recuperou, há um ano, através da compra da posição do BPI. Aliás, Manuel Violas é o chairman da cervejeira.
O grupo Violas fatura, atualmente, 350 milhões de euros, de forma direta, ao que se soma 550 milhões via Super Bock. Em 1994, o volume de negócios era inferior a 100 milhões. Planos? “Depois do grande investimento feito, no ano passado [o reforço no capital da cervejeira superou os 200 milhões de euros], estamos focados na consolidação”, adianta Manuel Violas. Para que o grupo continue por cá por muitos e bons anos.