A empresa canadiana Tilray, que em abril inaugurou as instalações de produção de canábis em Cantanhede, obteve a licença de produção padrão e a certificação de boas práticas de produção que lhe permite exportar as plantas secas obtidas em Portugal para a Europa, onde a substância ativa pode ser usada no fabrico de medicamentos.
Num comunicado enviado às redações, a empresa refere que tanto a licença como a certificação GMP (good manufacturing practice na sigla em inglês) para substâncias ativas, atribuída de acordo com as normas da Agência Europeia de Medicamentos, são um “marco crítico” para o seu desenvolvimento, já que permitem a aceitação das substâncias nos países que reconheçam esta certificação.
“Permitem-nos começar a exportar canábis seca como substâncias ativas das nossas instalações em Portugal para mercados autorizados na União Europeia e outros mercados internacionais”, refere o diretor geral da Tilray para a Europa, Sascha Mielcarek.
Esta etapa ainda não permite, porém, que a Tilray possa produzir em Cantanhede, como prevê vir a fazer, os produtos acabados de canábis medicinal para colocação no mercado. Para isso acontecer, terá primeiro de passar por uma nova fase da certificação GMP, que espera que “ocorra nos próximos meses.”
A empresa já tem acordos para vender e distribuir canábis medicinal em vários canais farmacêuticos na União Europeia. E investiu cerca de €20 milhões nas instalações de Cantanhede que foram inauguradas a 24 de abril. O campus europeu da empresa canadiana emprega mais de 100 pessoas, número que deverá duplicar até ao fim do ano para acompanhar o previsível aumento da atividade.
A Tilray está entre as mais de 40 empresas que, no último ano e meio, demonstraram interesse em alguma das fases de produção de canábis medicinal em Portugal. E uma das quatro que já obtiveram, junto do Infarmed, autorizações para cultivo (as outras três são Terra Verde, a Sabores Púrpura e a RPK Biopharma/Holigen)