Do bolo de €12 000 milhões de investimento que a EDP tem previsto para os próximos quatro anos – ou €7 mil milhões se considerado o investimento líquido -, €1 500 milhões serão aplicados em Portugal.
O valor, previsto no plano estratégico 2019-2022 que foi apresentado esta terça-feira pela elétrica em Londres, será distribuído por investimento em redes (€1 200 milhões, ou €300 milhões por ano) a que acrescem €200 milhões em renováveis, explicou Miguel Stillwell de Andrade, o administrador executivo da EDP.
Apesar da contestação judicial que opõe a elétrica ao Governo, contra a devolução dos €285 milhões pela alegada sobrecompensação no cálculo da disponibilidade das centrais que operavam em regime de contratos de manutenção do equilíbrio contratual (CMEC), a empresa garante que continuará a investir em Portugal, “nos sítios onde faz sentido”.
“Fomos o maior investidor na última década em Portugal. Mas os investimento maciços com redes inteligentes implicam a estabilidade das regras de jogo,” apontou o CEO, António Mexia.
A propósito da política de alienação de ativos, que nos próximos quatro anos deverá permitir encaixar pelo menos €2 000 milhões sobretudo em ativos na Ibéria e na componente térmica, como centrais de ciclo combinado, o responsável não excluiu ainda a venda de outros ativos no País, como barragens. “Poderá haver um mix, térmico sozinho, térmico com um pouco de água [barragens], a nível ibérico, só Portugal…,” admitiu.
Ao contrário do que tinha sido sugerido pelo fundo Elliott, acionista com 2,9% da elétrica, a operação brasileira não surge na lista de ativos para venda: “O Brasil tem sempre de ser visto no contexto das alternativas que maximizam valor para a companhia. Neste momento é consistente e faz parte da estratégia. É uma área em que a China Three Gorges [principal acionista da EDP] tem particular interesse,” argumentou o CEO, salientando que o plano teve “o apoio unânime” dos membros do Conselho Geral e de Supervisão.