A filial portuguesa do Santander e o espanhol Popular, que no verão passado integrou o Santander depois de uma medida de resolução, compraram o negócio de cartões de crédito e débito que tinha sido vendido pelo Popular à WiZink em 2014 e 2016.
Segundo um comunicado remetido esta segunda-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), em simultâneo com a compra das operações o Popular venderá à Värde Partners 49% do WiZink Bank, passando assim a totalidade deste banco especializado em soluções de crédito para as mãos daquela gestora de investimentos alternativos.
A recuperação dos negócios de cartões de crédito e débito na esfera do Banco Popular permitirá, segundo o Santander, “melhorar a estratégia comercial e facilita o processo de integração do Banco Popular”, sem avançar porém o valor das transações.
Ainda assim, o banco presidido por Ana Botín diz que o efeito líquido de ambas as operações melhorará o rácio de capital CET1 fully loaded (rácio de fundos próprios – capital de melhor qualidade – face a posições ponderadas em função do risco) em 10 pontos base, mas não terá “impactos significativos” nos resultados do grupo. O Santander aguarda que os reguladores deem luz verde às transações, que deverão estar concluídas no segundo semestre deste ano.
O WiZink opera em Portugal desde novembro de 2016, ano em que além de integrar os cartões de crédito do Popular também incorporou os do Barclays no País. Em abril do ano passado geria 860 milhões de euros de saldos de mais de 700 mil clientes em Portugal.
O Banco Popular comprou ao Citibank em junho de 2014 o negócio de banca de consumo em Espanha e vendeu em dezembro do mesmo ano 51% do seu banco eletrónico (Bancopopular-e, convertido em WiZink Bank em 2016). Essa venda levava consigo o negócio de cartões do Banco Popular e o que tinha sido comprado ao Citibank Espanha.