O desenvolvimento de serviços como chats para ligar os clientes aos assistentes de loja é um dos objetivos da mira da Chanel com a entrada minoritária no capital da Farfetch, a plataforma de venda de luxo online, com sede em Londres, fundada pelo português José Neves (recorde aqui a entrevista à VISÃO). Este é apenas um dos exemplos do plano de trabalhar, nos próximos anos, em “inovações digitais” ligadas aos serviços de apoio aos clientes, segundo Bruno Pavlovsky, da secção de moda da Chanel, que adianta à Reuters que esta parceria não vai servir para a marca de luxo francesa vender os seus artigos através da plataforma portuguesa.
Na calha está a criação de aplicações móveis que permitam aos utilizadores assinalar as suas preferências e tamanhos online, antes de entrar numa loja, de forma a obter um atendimento ainda mais personalizado ou ajudá-los a encontrar um artigo que viram numa revista.
“Um cliente de Xangai, que gasta cerca de dois milhões de dólares anuais nas lojas da marca, vai poder entrar num espaço de Los Angeles e ter uma equipa preparada para o receber, que já vai saber quem ele é, o que quer e os tamanhos que precisa”, adianta José Neves.
“Isto é sobre como enriquecer a nossa relação com os nossos clientes”, disse Pavlovsky à Reuters.
“A tecnologia permite aos clientes esperar experiências ultra-personalizadas, quer na esfera real, quer na esfera digital e exigir que esses dois mundos estejam perfeitamente conectados”, afirmam as duas empresas em comunicado.
Para José Neves, “este é um acordo de inovação através do qual esperamos melhorar a experiência do cliente que, atualmente, está presa nos anos oitenta ou noventa”.