A instituição disponibiliza dados da duração média semanal dos trabalhadores por conta de outrem, em que se verifica que no Norte de Portugal se trabalha uma média de 34 horas semanais, o que corresponde a aproximadamente 6,8 horas trabalhadas por dia útil, de segunda a sexta-feira. No Algarve, região sul do país, trabalha-se em média 35,3 horas semanais, uma jornada diária de trabalho de 7,06 horas. As Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores são as únicas que trabalham menos horas que o Norte na totalidade dos setores.
Apenas no setor dos bancos e dos seguros, a região Norte está na liderança com a média de 36,8 horas semanais de trabalho, logo seguida pelo Algarve com 36,3 horas. A Região Autónoma da Madeira, arquipélago bastante turístico, lidera o ranking nos setores do comércio e da agricultura e pesca, com 36,5 e 41,2 horas, respetivamente.
Nos demais setores, o Algarve é o local onde mais tempo se trabalha. Na Indústria, a região trabalha uma média de 37,1 horas semanais, enquanto que a Norte, não vai além das 35. Na Administração Pública, Educação e Saúde, apesar de ser o setor onde se trabalha menos tempo em todas as regiões do país, os trabalhadores do Algarve ainda são os que mais dedicam horas ao trabalho por semana, com a média de 33,2 e o Norte com 32,3 horas.
Os números desmitificam o Norte e surpreendem: apesar de ser a capital de Portugal, a área metropolitana de Lisboa é a terceira no ranking de todos os setores de atividade económica. com 34,3 horas semanais, sendo a região do Centro aquela que ocupa o segundo lugar, com 34,6.
Os dados do INE/Pordata são referentes ao ano de 2016. Comparados com 1983, verifica-se que houve um decréscimo das horas semanais de trabalho em todos os setores de atividade económica, numa média de aproximadamente menos quatro horas por semana. Mas, deixando as rivalidades de lado, Portugal é um dos países onde mais se trabalha de acordo com as estatísticas da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) de 2016. Dos 38 países listados no ranking, o país ocupa a 14º posição com 1.842 horas trabalhadas por ano, passando a frente de países como Alemanha e Estados Unidos da América.