PPD/PSD: duas maiorias absolutas
Liderado por Aníbal Cavaco Silva, o PPD/PSD conseguiu, na história da Democracia portuguesa pós-25 de Abril, duas maiorias absolutas: em 1987 (148 deputados em 250 lugares); e, quatro anos depois, em 1991 (135 deputados em 230 assentos parlamentares). Coligado com o CDS e com o PPM na Aliança Democrática, o partido, na altura dirigido por Francisco Sá Carneiro, tivera já, em 1980, uma outra maioria absoluta (126 deputados em 250 lugares).
Nas 14 eleições para a Assembleia da República realizadas entre 1976 e 2015, o PPD/PSD venceu oito vezes (sozinho ou em coligação); foi a segunda força política mais votada em seis eleições; e, em consequência do seu suporte parlamentar, formou Governo em sete ocasiões, 1979-1983 (Sá Carneiro e Pinto Balsemão); 1985-1995 (Cavaco Silva); 2002-2005 (Durão Barroso e Santana Lopes); e 2011-2015 (Passos Coelho).
PS: Uma maioria absoluta e outra “quase”
O PS apenas conseguiu uma maioria absoluta na Assembleia da República. Tal aconteceu em 2005, sob a liderança de José Sócrates, altura em que alcançou 121 deputados. Seis anos antes, em 1999, o partido dirigido, então, por António Guterres esteve “quase” a conseguir esse objetivo – elegeu 115 parlamentares em 230. Em 1995, o hoje secretário-geral da ONU aproximara-se também dos 116 lugares, com 112 eleitos.
Nas 14 eleições para a Assembleia da República realizadas entre 1976 e 2015, o PS venceu seis vezes, foi a segunda força mais votada em oito atos eleitorais e formou Governo em sete ocasiões: 1976-1978 (Mário Soares), 1983-1985 (Mário Soares), 1995-1999 (António Guterres), 1999-2002 (António Guterres), 2005-2009 (José Sócrates), 2009-2011 (José Sócrates) e 2015-2019 (António Costa) – apesar de não ter vencido em 2015, governou com o apoio parlamentar de PCP e BE.
PCP/APU/CDU: De 47 deputados em 1979 aos 17 eleitos em 2015
O PCP apenas uma vez em 14 atos eleitorais para a Assembleia da República se apresentou sob a sua sigla. Tal aconteceu nas primeiras legislativas (1976) da história democrática pós-25 de Abril, já que em todas as seguintes concorreu coligado com o MDP/CDE (Aliança Povo Unido – APU, até 1987) e, depois, a partir de 1987, com o Partido Ecologista os Verdes (Coligação Democrática Unitária – CDU, designação alterada para PCP-PEV em 1989). As listas da CDU usualmente integram também independentes, nomeadamente militantes da Intervenção Democrática, associação política formada, em 1987, por dissidentes do MDP/CDE.
Nas primeiras eleições, em 1976, o PCP elegeu 40 deputados e atingiu a sua maior representação parlamentar em 1979, com 47 eleitos. Nos anos 80 rondou sempre as quatro dezenas, baixando substancialmente quando da diminuição para 230 do número de deputados. A partir de 1991, com efeito, a sua representação ficou sempre abaixo dos 20 eleitos, atingindo o mínimo em 2002, eleições em que a bancada comunista se reduziu a dez deputados, acompanhados por dois parlamentares do PEV.
CDS-PP: Duas vezes no Governo a “reboque” do PPD/PSD
Partido “de poder” – por entrepostas vitórias – o CDS deu a Mário Soares o apoio necessário (com um acordo de incidência parlamentar) para o PS formar o II Governo Constitucional, que liderou o País de Janeiro a Agosto de 1978 e que incluiu três ministros centristas – Basílio Horta, Sá Machado e Rui Pena. Após a queda desse Governo precipitada pelo CDS e do “interregno” de 1979 com os Executivos de iniciativa presidencial, no final desse ano, após eleições intercalares, o CDS voltou ao poder em coligação (pré-eleitoral) com o PPD de Sá Carneiro – a Aliança Democrática.
Nesse período (de 1979 a 1983) o partido de Freitas do Amaral teve as suas maiores representações parlamentares em São Bento, com 43 e 46 deputados nas eleições de 2 de Dezembro de 1979 e nas de 5 de Outubro de 1980, respetivamente.
Após a queda da AD, o CDS atravessou um período de constante perda eleitoral (em 1987 chegou a eleger apenas quatro deputados) e regressou ao poder em 2011, com a coligação “Portugal à Frente”, de novo em apoio ao PPD/PSD, participando no XIX Governo Constitucional com os ministros Paulo Portas, António Pires de Lima, Assunção Cristas e Pedro Mota Soares.
BLOCO DE ESQUERDA: A “nova esquerda” que ultrapassou CDS e PCP
Nascido em 1998, com o objetivo de juntar sob a sua bandeira os que defendiam a necessidade de agregar uma “nova esquerda” adaptada a novos tempos, o Bloco de Esquerda resultou de um entendimento da UDP (uma frente, então liderada por Luís Fazenda, nascida a partir de vários grupos marxistas-leninistas, representada no Parlamento com um deputado até 1983), do trotskista PSR (de Francisco Louçã) e dos ex-PCP agrupados no movimento Política XXI de Miguel Portas.
Logo nas legislativas de 1999, o “Bloco” elegeu dois deputados (Francisco Louçã e Luís Fazenda) e não mais abandonou São Bento, constituindo-se, nas eleições de 2015, como a terceira força política da Assembleia da República (à frente de CDS e PCP), com 19 deputados, eleitos nos círculos eleitorais de Lisboa (5), Porto (5), Setúbal (2) e Aveiro (1), Braga (1), Coimbra (1), Faro (1), Leiria (1), Madeira (1) e Santarém (1).
PAN: uma estreia em 2015
O PAN, Pessoas – Animais – Natureza, candidatou-se nas legislativas de 2011 mas não conseguiu chegar ao hemiciclo. Foi em 2015 que ali entrou, conseguino 1,39% dos votos e elegendo um deputado (André Silva).