Publicado em fevereiro na revista SCAN, Social Cognitive and Affective Neuroscience, o estudo da Universidade de Coimbra debruçou-se sobre um grupo de 56 adeptos e elementos das claques do Futebol Clube do Porto e da Associação Académica de Coimbra (54 homens e duas mulheres, dos 21 aos 60 anos)
Ao longo de três anos, a equipa do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde observou as reações cerebrais dos participantes perante vídeos com as melhores e piores imagens dos seus clubes, o que lhes permitiu perceber que quando a sua equipa marcava um golo, ativavam-se os circuitos cerebrais de recompensa, semelhantes aos que ativam com o “amor romântico”. E quanto maior o fanatismo, mais se ativam estas redes neuronais.
A exceção é a amígdala, estrutura implicada na manifestação de reações emocionais, se ativa com a paixão futebolística mas não com a emocional.
A investigação da Universidade de Coimbra concluiu ainda que os circuitos de memória emocional recordam melhor um grande golo da própria equipa do que dos adversários, uma memória seletiva própria da paixão, guardando as boas recordações e apagando, tão depressa quanto possível, os maus. “A paixão tende a prevalecer sobre os conteúdos mais negativos”, explica o Miguel Castelo Branco, coordenador do estudo”.