As dietas com baixo nível ou completamente sem glúten foram associadas, num novo estudo da Universidade de Harvard, a um risco maior de desenvolvimento de diabetes tipo 2.
Esta é uma conclusão bastante preocupante, devido ao crescimento do número de pessoas que adotam uma dieta baixa em glúten, ou completamente sem, e que não têm indicações médicas para o fazer – como acontece com quem tem doença celíaca ou sensibilidade ao glúten.
Para tentar perceber o impacto do consumo do glúten – uma proteína que pode ser encontrada, por exemplo, no trigo, no centeio e na cevada –, os autores do estudo analisaram a relação entre a quantidade de glúten consumido e a incidência de diabetes tipo 2, num grupo que excedeu os quatro milhões de participantes.
Os resultados, anunciados agora pela Associação Americana do Coração, mostram que os indivíduos que participaram no estudo consumiam, em média, menos de 12 gramas de glúten por dia e que aqueles que ingeriam maior quantidade tinham um menor risco de desenvolver diabetes tipo 2.
Por seu turno, os indivíduos que consumiam menos glúten tendiam a comer também menos fibras cereais. Segundo explica o estudo, as fibras cereais protegem o corpo do desenvolvimento deste tipo de diabetes.
“As comidas sem glúten têm, normalmente, menos fibras dietéticas e outros micronutrientes, que as tornam menos nutritivas e também tendencialmente mais caras. As pessoas sem doença celíaca podem considerar limitar o consumo de glúten no sentido de prevenir doenças crónicas, especialmente a diabetes”, explicou Geng Zong, investigador da Universidade de Harvard e autor do estudo.