Não há nada mais difícil de compreender do que o fenómeno da viralidade – é impossível chegar a uma formula que a garanta e ela vem, mutas vezes, sem qualquer previsão. No entanto, as ciências sociais têm trabalhado afincadamente no sentido de perceber este mundo das redes sociais.
Desta vez o trabalho partiu da Annenberg School for Communication da Universidade da Pensilvânia e focou-se em perceber as motivações da partilha.
Embora possam parecer arbitrárias, as publicações que decidimos fazer no Facebook, no Instagram, no Twitter, etc. têm por base a procura de um reconhecimento e o facto de estarmos sobretudo interessados em nós próprios, revelou o estudo.
Os investigadores descobriram, através de ressonâncias magnéticas, exatamente o que se passa no cérebro dos internautas quando clicam no botão “partilhar.”
Aos participantes do estudo foi dada uma lista de artigos (título e lead) da secção de saúde do “The New York Times” e foi-lhes perguntado qual dos artigos escolheriam partilhar. O estudo analisou as respostas de 80 alunos entre os 18 e os 24 mas os resultados podem ser considerados fiáveis porque com as suas escolhas conseguiram prever que artigos iriam ser mais virais entre a rede de leitores do “The New York Times”.
Os resultados revelaram que partilhamos acima de tudo os artigos que nos oferecem algum potencial de promoção social e de auto-valorização. Os nossos cérebros são incrivelmente rápidos a decifrar quais os artigos que lhes podem oferecer uma maior aceitação social ou que oferecem a possibilidade de interagir de forma mais ativa com os outros, que são os fins que procuramos quando partilhamos.
Mas não vale a pena lamentar o narcisismo da Humanidade porque é assim que somos socialmente, procuramos aprovação e convívio e isso não muda nas redes sociais. “A pertença social é uma necessidade humanas básica e tem sido sugerido que manter relações é uma das principais motivações da partilha de informação” disseram os investigadores do estudo e acrescentaram: “partilhar está intimamente ligado a esta motivação de criar relações positivas com os outos, que é exatamente a forma como evoluímos enquanto raça”.
Segundo Christin Scholz, a responsável pelo estudo em declarações à Tonic, “cada individuo pode partilhar por uma razão especifica: fazer rir um amigo, ajudar um amigo a alcançar um objetivo ou só para ter uma conversa positiva com alguém”.
O que há de comum nestas motivações é o fator de relacionamento social. Portanto, embora partilhemos para parecer bem, também o fazemos para ser mais sociais.