Os pais que desenvolveram um forte vínculo emocional com os seus filhos nos primeiros meses de vida podem estar de parabéns. De acordo com um novo estudo da Universidade de Oxford, esse envolvimento pode ter sido importantíssimo para os seus filhos se tornarem bem comportados.
Não é preciso lamentar-se se não passou muito tempo a cuidar do seu filho ou da casa. Os investigadores dizem que o vínculo emocional não é medido através da quantidade de tempo gasto nesse tipo de tarefas, mas sim pela qualidade do envolvimento psicológico e emocional que o pai estabelece com o filho, durante a sua infância.
Foi pedido aos pais de mais de 6 mil crianças – que, aos oito meses, viviam com o pai e a mãe – que respondessem a um questionário acerca de questões como o comportamento e a saúde mental dos filhos, o tempo passado com eles e as atitudes que tinham perante a paternidade. Quando as crianças atingiam os nove e os 11 anos de idade, era feito um novo questionário.
Em análise, estavam três fatores: em primeiro lugar, a resposta emocional dos pais para com os filhos; em segundo, a frequência com que os pais se envolviam em atividades relacionadas com os cuidados das crianças ou domésticas; por último, o sentimento de segurança que sentiam no papel de pai.
Mediante os resultados, os investigadores conseguiram perceber que os filhos de pais que, no início da vida da criança, apresentavam uma resposta emocional positiva em relação à paternidade e se sentiam seguros no papel de pai tinham menor probabilidade de vir a desenvolver problemas de comportamento – menos 21 por cento aos nove anos de idade e menos 19 por cento aos 11.
Fatores como o envolvimento do pai no cuidado infantil, nas compras e nas tarefas domésticas não foram associados a uma menor probabilidade da criança vir a desenvolver problemas comportamentais posteriores .
Para além de tudo isto, os investigadores concluíram que os pais envolvidos positivamente podem também influenciar os seus filhos indiretamente, ao serem uma fonte de apoio emocional e instrumental para as mães – que prestam uma assistência mais direta às crianças. A mãe tem menor probabilidade de desenvolver problemas como a depressão, que, segundo outros estudos, pode influenciar negativamente o comportamento dos filhos.
O estudo salvaguarda a possibilidade de estes resultados não terem aplicabilidade em todas as culturas e, também, poderem não se ajustar totalmente aos dias de hoje. As crianças que participaram na investigação nasceram há cerca de 25 anos e muitas coisas podem ter mudado desde então.