Brian Marien, diretor do Positive Group, uma organização que prepara e fornece ferramentas psicológicas para o setor corporativo, público e educacional, e a psicóloga australiana Marianne Vicelich, não concordam com a teoria que classifica o charme e o carisma como exclusivamente inatos.
Enquanto animais sociais, Brian Marien explica que os seres humanos precisam de ferramentas para distinguir aqueles em quem podem ou não confiar, com quem podem ou não ser amigos. Esse reconhecimento é feito através da amígdala, “especialmente desenhada para avaliar, monitorizar e avaliar outros seres humanos”, referiu o psicólogo ao Independent. E não há forma da amígdala não comunicar – ela está, constantemente, a processar o conjunto de informações que recolhe.
Esta característica pode não beneficiar aqueles que têm mais dificuldades em relacionarem-se socialmente, mas, apesar de ser complicado, existem maneiras para aprendermos a ser mais carismáticos.
Para Brian Marien, ouvir atentamente os outros é uma característica fundamental no carisma, já que é muito fácil para os outros perceber se estamos a prestar realmente e genuinamente atenção àquilo que estão a dizer. Além disso, é importante ser relaxado, aberto, amigável, confiante, calmo e respeitoso, mostrando tudo isto, se possível, através de expressões faciais, que são facilmente apreendidas pela amígdala.
Marianne Vicelich, que já publicou sete livros de inspiração e autoajuda, também acredita que é possível aprender-se a ser carismático e, à semelhança de Brian Marien, dá grande destaque ao papel do outro: “Observar e notar as capacidades daqueles que têm o poder de fazer com que alguém se sinta como a única pessoa da sala é fundamental, mas também é importante ser você mesmo”, disse a psicóloga ao jornal britânico.
Quando se está a ter uma conversa com alguém, é absolutamente fundamental, segundo Marianne, estar presente a 100%, estando não só atento àquilo que o outro está a dizer, mas também à razão pela qual está a dizê-lo a nós. Ao que parece, não ganhamos em falar dos nossos próprios problemas e, se alguém se mostrar interessado em perceber-nos, não devemos valorizar muito essa atitude. “Este é o poder da presença e é importante tirar partido disso todos os dias se quisermos desenvolver carisma”, explicou.