Basta passar os olhos pelo cartaz para se perceber porque, desde há alguns anos, o Neopop é considerado um dos melhores festivais de música eletrónica da Europa. Ao longo de quatro dias, outros tantos palcos recebem um total de 65 artistas, entre nomes consagrados e talentos emergentes da cena eletrónica mundial, em especial do techno – mas não só. Um nome destaca-se logo à partida: o dos britânicos Underworld, o grande ás de trunfo da edição deste ano, lançado logo na primeira jogada, ou seja, na primeira noite do festival (quarta, 7). Formados por Karl Hyde e Rick Smith, os Underworld surgiram em Cardiff, nos País Gales, no já muito distante ano de 1980, como uma banda de synth-pop que, além de um par de discos, não deixou grandes recordações.
A partir da década seguinte, no entanto, com a conversão da dupla às sonoridades do techno e da house, tudo mudou para melhor, especialmente a partir de 1996, quando o tema Born Slippy (Nuxx) se tornou, como hoje se diz, “viral” para toda uma geração, após ter sido incluído na banda sonora do filme Trainspotting, de Danny Boyle. E escancaradas que foram as portas do mainstream, tornaram-se então uma banda global, com milhões de discos vendidos, espetáculos esgotados um pouco por todo o mundo, bandas sonoras para filmes de Hollywood e até um convite para comporem a música da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. Só a presença destes membros da realeza pop seria mais do que suficiente para fazer do Neopop um dos momentos altos do calendário de festivais deste ano, mas há muito mais para ver, ouvir (e dançar!) em Viana do Castelo por estes dias: o norte- -americano Jeff Mills, o francês Laurent Garnier ou os portugueses Rui Vargas e Sensible Soccers.
Neopop > Forte de Santiago da Barra, Viana do Castelo > 7-10 ago, qua-sáb > €60 a €120 (passe)