António Variações cumpriria 75 anos em dezembro deste ano, um aniversário redondo que as Festas de Lisboa começam já neste fim de semana a celebrar, com um concerto de encerramento inteiramente dedicado ao cantor desaparecido em 1984, quando a sua carreira estava ainda no início. Apenas dois álbuns – Anjo da Guarda (1983) e Dar & Receber (1984) – bastaram para o tornar numa das maiores figuras da música pop portuguesa, deixando para a posteridade um conjunto notável de canções, como A Canção do Engate ou Estou Além, entretanto transformadas em clássicos intemporais, na sua voz e na de outros – por exemplo, nos discos Estou Além, de Lena d’Água (1989) e o projeto Humanos (2004), ambos feitos a partir das muitas gravações caseiras e maquetas que deixou inacabadas.
É fácil, portanto, conjeturar onde poderia ter chegado António Variações se ainda estivesse entre nós… Pioneiro no modo como fundiu o folclore e o fado bem portugueses com as melhores referências do pop rock internacional, a sua música revelou-se uma simbiose perfeita entre tradição e modernidade como nunca antes havia sido ouvido por cá.
Essa mesma música será, agora, ouvida de uma forma totalmente nova, num espetáculo inédito com arranjos sinfónicos de Filipe Melo, Filipe Raposo e Pedro Moreira, interpretados pela Orquestra Metropolitana de Lisboa. Ana Bacalhau, Conan Osiris, Lena d’Água, Manuela Azevedo, Paulo Bragança e Selma Uamusse foram os cantores convidados para dar voz às palavras de Variações. Mas vão, certamente, estar acompanhados por muitas mais, em coro, porque, afinal, a voz de António também é de todos nós.
António & Variações > Torre de Belém > Lisboa > 29 jun, sáb 22h > grátis