Do virtuosismo e do talento deste Filho da Mãe para dedilhar as cordas da guitarra já muito foi dito, a propósito dos seus dois primeiros discos: Palácio e Cabeça. Depois veio o despojamento de Mergulho, gravado durante uma residência artística no Mosteiro de Santo André de Rendufe, em Amares, numa técnica de reclusão que já começa a ser comum no músico − Palácio foi gravado em casa de amigos e Cabeça num convento. O passado em bandas de hardcore, o ambiente onde Rui Carvalho/Filho da Mãe cresceu como músico, está cada vez mais distante, mas continua presente em cada acorde que dedilha na sua guitarra clássica, que aprendeu a tocar ainda criança, por influência do pai. Mais tarde, foi Norberto Lobo a mostrar-lhe que havia um caminho para o rock, chamemos-lhe assim, apenas com uma guitarra acústica na mão, como revelou em entrevista à VISÃO aquando do lançamento do álbum de estreia. Hoje, é ele a iluminar também esse caminho para quem vem atrás de si… E é um verdadeiro farol, o que agora novamente se anuncia com Água-Má, o novo trabalho de Filho da Mãe, disco gravado entre Santa Apolónia e a ilha da Madeira, que pela primeira vez será apresentado ao vivo nestes dois concertos em Lisboa e no Porto.
Filho da Mãe > Teatro Maria Matos > Av. Frei Miguel Contreiras, 52, Lisboa > T. 21 843 8801 > 8 mai, ter 22h > €12 > Ateneu Comercial do Porto > R. de Passos Manuel, 44, Porto > T. 22 339 5410 > 9 mai, qua 21h30 > €10