Feito em grande parte através de um precioso espólio de imagens de arquivo até aqui inéditas, este documentário dá-nos a conhecer uma das mais influentes e controversas figuras da arte alemã do século XX. Joseph Beuys foi um vanguardista que explorou formas alternativas de expressão artística, como a instalação, o vídeo e a performance, em busca de um sentido mais profundo e global da arte. É um daqueles casos em que a arte se confunde com a vida, pois havia uma certa atitude performativa em todo o seu quotidiano e até mesmo na silhueta iconográfica que o tornou uma figura mítica.
Tudo isso é bem expresso no filme, em que se confundem os dois campos (do homem e do artista), prevalecendo um constante questionamento sobre a definição da própria “arte”. Beuys, de resto, assume-se, ele próprio, um provocador, como se a reação positiva ou negativa ao seu trabalho/atitude completasse verdadeira-mente a obra. Tal como o trabalho de Beuys, o documentário é estruturado de forma relativamente desorganizada e livre, cheio de imagens fascinantes que apelam ao gosto por uma arte interventiva e fazendo do próprio filme um objeto artístico.
Beuys > de Andres Veiel, documentário > 107 minutos