Os adereços são extremamente simples. Guarda-chuvas, tecidos de seda, confetes, balões pequenos ou gigantescos, movidos pela força das ventoinhas que rodeiam o palco, criando efeitos visuais muito simples, mas extraordinariamente belos, inspirados nas pinturas de Juan Miró e de Wassily Kandinsky. O casal Seth Bloom e Christina Gelsone, fundador da companhia nova-iorquina Acrobuffos, manipula os objetos, com sensibilidade e humor, conquistando a atenção de diferentes gerações sem necessitar de recorrer às palavras. Air Play contou com a colaboração do artista Daniel Wurtzel, conhecido pelas instalações aéreas de efeitos encantatórios, presentes em museus ou vistas nas cerimónias dos Jogos Olímpicos ou em espetáculos do Cirque du Soleil.
O público assiste a diferentes números, algures entre o teatro e o circo, com qualquer coisa de mágico naquela dança dos objetos com o vento. O desenho de luzes e a banda sonora (uma inteligente compilação musical, desde temas dos Fanfare Ciocarlia a composições de Erik Satie) dão um contributo precioso ao espetáculo. A dupla de palhaços, vestida com macacões vermelhos e amarelos, executa-os aparentemente sem esforço, numa combinação de energia e de leveza, brincando constantemente com a plateia (sim, haverá convites para subir ao palco).
Desde a estreia de Air Play, no outono de 2015, a produção já viajou pelo mundo, desde o London’s Royal Festival Hall ao Shangai’s Grand Theatre. Em Portugal, não poderíamos imaginar palco mais belo do que o Theatro Circo para acolher este espetáculo.
Air Play > Theatro Circo > Av. da Liberdade, Braga > T. 253 203 800 > 15-17 dez, sex 21h30, sáb 16h-21h30, dom 11h-16h > €15