Depois da fotografia dos Encontros da Imagem, a cidade encontra-se com a ilustração. À segunda edição, o Braga em Risco fará o público viajar pela luz de outono, a partir deste sábado, 11. Vinte e três ilustradores, 12 exposições, 40 oficinas para escolas e famílias, cinco apresentações de livros, performances e cinema de animação “agasalham” esta estação na cidade.
Danuta Wojsciechwoska, Marta Torrão, Mafalda Milhões e Yara Kono estão entre os 22 ilustradores que aceitaram “espreitar, tocar e representar” os elementos e a natureza minhota de forma única e pessoal. Na exposição central Braga 22 x 22, os artistas partilham cores, sonhos e histórias. “O panorama vai ficar mais colorido e a cidade vai agasalhar-se com ilustração”, brinca Pedro Seromenho, o curador. A este outono ilustrado não faltam as narrativas agitadas pelo vento, o frio e a chuva, claro está, sem deixar de parte os medos e a solidão, bem como o agasalho, o abrigo e a casa refúgio para protagonistas e público.
É no Edifício do Castelo, a que Pedro Seromenho carinhosamente chama de “Castelo dos Riscos”, que quase tudo acontece. Se na primeira edição tinha apanhado “o comboio já em andamento”, agora houve tempo para o escritor e ilustrador ver a iniciativa crescer. “Não é um festival nem um concurso, é um encontro de ilustradores que vão às escolas, envolvem-se com a comunidade, fazem atividades no castelo”, diz.
À luz do outono, em Braga, mostra-se, assim, o trabalho de “traço único, pessoal e inconfundível” de 22 ilustradores. Além da exposição central do encontro, Pedro Seromenho dá nota da instalação Outonalidades envolvendo mil crianças do primeiro ciclo. Agrupados em diferentes manchas de cor, os desenhos deram origem a uma tela gigante no Edifício do Castelo.
Coloridas são também as mais recentes publicações de ilustradores como a italiana Anna Forlati e os portugueses Paulo Galindo, Ana Biscaia, Marta Torrão e Mafalda Milhões. Para ver também por aqui em exposição, na apresentação de livros ou em oficinas para os mais pequenos. “É um encontro ligado ao livro infantil e gostava que crescesse junto com ele”, reforça o curador.
A partir da exposição no Castelo dos Riscos, surge um programa de atividades paralelas para ver e experimentar no centro histórico da cidade, entre a avenida central e a Casa dos Crivos. Há filmes de animação, oficinas do risco para miúdos, performances para todos darem uma mãozinha e um animado Mercado Riscado, que este sábado, 11, entre as 15 as 18 horas, vai transformar a Rua do Castelo numa galeria viva, onde será possível não só comprar e observar os criadores a trabalhar, como ouvir histórias descomplicadas contadas por um simples risco. Ao sabor deste outono não faltam vendedoras de castanhas e folhas coladas no chão a indicar o caminho de uma tarde em família, cheia de brincadeiras entre linhas e rabiscos.
Braga em Risco > Castelo dos Riscos (núcleo central), Edifício do Castelo > R. do Castelo, Braga > T. 253 203 150 > 11-25 nov, seg-dom 10h30-18h30 > a entrada é livre, mas sujeita a marcação prévia nas oficinas cultura@cm-braga.pt.